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A ferrovia chega a Mateus Leme
Os trilhos para Mateus Leme revelam paisagens e histórias marcantes da ferrovia.

Depoimento de destaque

“Muitas histórias ouvimos acerca da chegada da primeira locomotiva a vapor. Gente simples corria esbaforida, julgando tratar-se de um dragão a expelir fumaça pelas narinas.”

Marcelo Lopes Costa, trecho adaptado do livro “Azurita conta sua história”.

Mapa da Estações

Linha: Belo Horizonte a Garça de Minas 

A linha Belo Horizonte-Garças de Minas foi aberta entre 1911 e 1916, pela Estrada de Ferro Oeste de Minas, ligando a capital à Garças, que à época fazia parte da Estrada de Ferro Goiaz. Essa linha chegou a ter 50 estações ferroviárias. Sua construção foi feita em duas etapas: o primeiro trecho inaugurado foi o de Belo Horizonte a Divinópolis, entre 1911 e 1912, com os ramais de Contagem e Pará (Pará de Minas); e o segundo trecho, de Divinópolis a Garças, foi inaugurado entre 1915 e 1916. À época foram entregues, também, diversos grupos de casas de turmas, um abrigo de carros em Divinópolis, um girador em Santo Antônio do Monte, grandes oficinas e a Villa Operária de Divinópolis. 

Linha: Paracatu

A Estrada de Ferro Paracatu partia originalmente da estação de Velho da Taipa, com o objetivo de ligar Paracatu ao Ramal Belo Horizonte-Garças de Minas, no entroncamento de Azurita. Em 1927, chegou a Melo Viana, no sentido Paracatu, e no sentido oposto já atingia Pará de Minas e Água Suja, juntando-se à linha da EFOM na Estação de Azurita. Em 1931, a estrada foi incorporada à EFOM para formar a RMV (Rede Mineira de Viação). Chegou até Barra do Funchal, à época pertencente ao município de Dores do Indaiá, em 1937, mas nunca chegou a Paracatu, a cidade que lhe deu o nome. A linha chegou a ter 25 estações entre Azurita e Barra do Funchal e foi erradicada por completo em 1994. 

Principais Estações: Linha Belo Horizonte a Garça de Minas 

  • Estação de Garças de Minas  

A Estação Ferroviária de Garças de Minas foi inaugurada em 10 de março de 1916, como parte da Linha Belo Horizonte-Garças de Minas. Sendo um importante entroncamento, pois ligava a Linha BH-Garças à Linha Tronco, que ia do Rio de Janeiro a Goiás. A estação era chamada por outros nomes, como Porto Real, nos anos de 1920; Iguatama, após 1944, nome referente ao município no qual se localizava a Estação. Atualmente o prédio é tombado pelo munícipio. 

  • Divinópolis  

A primeira estação de Divinópolis, construída em 1890 no ramal Paraopeba, da Estrada de Ferro Oeste de Minas, foi batizada de Henrique Galvão, em homenagem ao seu construtor. A ferrovia foi essencial para o desenvolvimento da cidade, atraindo oficinas, indústrias e estimulando o comércio local com o fluxo de pessoas e mercadorias. Em 1911, a estação tornou-se um ponto de parada na linha Belo Horizonte-Garças. E em 1916, o prédio original foi demolido e substituído pela nova Estação Ferroviária de Divinópolis. Em 1917, foram inauguradas as novas instalações da oficina da Rede Mineira de Viação (RMV), para atender às demandas do ramal. Desde janeiro de 2023, abriga o programa Estação de Memórias em uma de suas salas. 

  • Carmo do Cajuru  

A história da estação de Cajuru começou em 16 de julho de 1910, quando foi autorizada a passagem da linha férrea pelo município. A estação trouxe desenvolvimento para a cidade e se tornou um grande centro, uma referência para moradoras e moradores. Em dezembro de 2023, a Estação Ferroviária de Carmo do Cajuru passou a abrigar o programa Estação de Memórias. 

  • Itaúna  

A primeira locomotiva chegou à Itaúna em 1910, marcando um momento de grande celebração. A estação, que inicialmente funcionava em um barracão provisório, teve seu edifício definitivo construído em 1911 e inaugurado em 1º de julho. Ela foi desativada em 1986. Desde 1992, o prédio abriga o Museu Municipal Francisco Manoel Franco. Em 2007, o prédio foi tombado a nível municipal. 

  • Silva e Oliveira 

A Estação Ferroviária de Silva e Oliveira foi inaugura em 1924, e está localizada no município de Itaúna. A estação já recebeu outros nomes, como Morro Grande e Inspetor Silva e Oliveira. O atual prédio não é o original, o primeiro foi demolido.  Os pátios para manobras ainda eram usados em 2012. 

  • Azurita (entroncamento) 

A Estação Ferroviária de Azurita foi inaugurada em 1 de julho de 1911. Anteriormente conhecida como Soledade do Pará, fazendo referência à Estação do Pará, atual Pará de Minas, seu nome foi alterado para Azurita, por volta de 1927. Estrategicamente posicionada, ela permitia transferências para Pará de Minas e a região do Triângulo Mineiro. Com a chegada da estrada de ferro, mudanças significativas ocorreram no lugarejo, como a chegada do cartório e o crescimento do comércio. A Estação de Azurita foi reformada em 2006, e sua fachada tombada, a nível municipal, em 2005. Ela segue em operação para trens de carga. 

  • Mateus Leme 

A Estação de Mateus Leme foi inaugurada em 01 de julho de 1911. Sua construção, possivelmente, teve início no final do século 19, na época do estilo eclético. A estação era composta por três áreas: o armazém, a agência e a casa do operador da agência, que eram acessadas pela plataforma de embarque, utilizada por passageiros e cargas. A estação foi reformada em 2006 e sua fachada tombada, a nível municipal, em 2005. Atualmente, a estação abriga a Coordenadoria de Cultura Municipal.   

  • Juatuba 

O povoado de Juatuba inicia-se com a chegada da Estação Ferroviária, inaugurada em 14 de julho de 1911. A Estação ganhou mais importância a partir da década de 1970, com a instalação da fábrica da Brahma. Juatuba passou a receber grandes volumes de cargas de cevada. A Estação de Juatuba é uma das nove edificações do trecho Belo Horizonte-Garças valorada pelo IPHAN. Em 2002 foi tombada a nível municipal.  

  • Bernardo Monteiro  

Bernado Monteiro, a primeira estação de trem de Contagem, foi inaugurada em 1911, pela EFOM. Dali saía o ramal de Contagem, ligando-se a Estação de Contagem. Em junho de 2024, a Estação Ferroviária de Bernardo Monteiro passou a abrigar o programa Estação de Memórias. 

  • Belo Horizonte 

A Estação Minas, primeira estação de Belo Horizonte, foi inaugurada em 1895. Com a chegada da linha Paraopeba, em 1917, que conectava o Rio de Janeiro a Belo Horizonte, surgiu a necessidade de uma nova estação. Assim, em 3 de outubro de 1920, foi inaugurada pela Estrada de Ferro Oeste de Minas uma nova estação, localizada em frente à antiga. Em 1931, essa estação passou a integrar a Rede Mineira de Viação. Atualmente, as plataformas da Estação Central do metrô de Belo Horizonte estão situadas entre as duas antigas estações e, desde 2005, o prédio abriga o Museu de Artes e Ofícios. 

Principais Estações: Linha Paracatu

  • Pará de Minas (Pará)  

A Estação Ferroviária de Pará de Minas foi inaugurada em 1912, localizada no município de mesmo nome, fazia parte da Estrada de Ferro de Paracatu. A estação recebeu trens de passageiros até meados dos anos de 1970, e após a desativação da linha a estação passou a ser usada como uma sala de cinema. 

 Eu morava na fazenda pra lá da estação do Horto e ia até ela pegar o trem para Pará de Minas. No meu tempo de juventude eu ia muito lá para as festas e os bailes! Eu tinha muito parente na cidade! Alguém me levava a cavalo, me deixava na estaçãozinha do Horto e eu seguia para Pará de Minas. Eu ia para as festas e voltava às 4 horas da madrugada! Maria Augusta, esposa de ferroviário. 

  • Velho da Taipa (Martinho Campo)  

A Estação Ferroviária Velho da Taipa, localizada no município de Pitangui, foi inaugura em 1891, pela EFOM. A estação chegou a se chamar Martinho Campo. Em 1921 passou a ser o ponto de saída da Estrada de Ferro Paracatu, sendo o entroncamento entre o Ramal de Paracatu com o Ramal de Paraopeba.  

  • Barra do Funchal  

A Estação Barra do Funchal foi inaugurada em 1937, e pertencia à RMV. À época Barra do Funchal era parte do município de Dores do Indaiá. Foi o ponto máximo que a Estrada de Ferro Paracatu chegou, pois a construção da linha parou devido ao solo ali ser muito rochoso. Em 1968 a estação foi desativada com a extinção do trecho de Bom Despacho a Barra do Funchal. 

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