A Serra do Elefante, em Mateus Leme, é um monumento natural com rica história desde o século 18, refúgio ambiental e ponto de turismo ecológico protegido por decreto municipal desde 2008.
O elefante do caminho
O povoado que deu origem a Mateus Leme nasceu na Serra do Elefante, monumento natural cujas formas se assemelham a um elefante deitado. A região da Serra faz parte do sul do Cráton do São Francisco e está localizada na porção noroeste do Quadrilátero Ferrífero. Há poucos registros oficiais sobre ocupações de povos originários na área; os mais detalhados referem-se ao povoamento do século 18, quando o bandeirante Mateus Leme chegou em busca de metais preciosos e encontrou ouro de aluvião. A Serra, hoje um refúgio ambiental e ponto de turismo ecológico, já teve outros nomes, como: Morro de Mateus Leme, Santo Antônio e Serra de Santa Cruz. Em seu topo há uma capela dedicada à Nossa Senhora Aparecida, construída na década de 1980. Em 2004, foi fundada a Associação dos Amigos da Serra do Elefante (AASE) para defesa e preservação do bem ambiental. Em dezembro de 2008, o Monumento Natural, Serra do Elefante, foi criado por decreto municipal.
O garimpo na Serra do Elefante
Galerias, muros de pedra e canais fluviais são algumas das estruturas arqueológicas, encontradas na Serra do Elefante, que permitiram a mineração de ouro na região. Apesar de a Serra do Elefante ter sido muito rica em minerais preciosos, o ouro encontrado era de aluvião, aquele presente no leito dos rios e córregos. A extração era feita por um método de lavagem entre cascalhos e pedras, conhecido como “mineração de cascalho”. A forma mais eficiente de se extrair o ouro em grande quantidade era direto das rochas matrizes, conhecida como “mineração de morro”. Foram encontrados na região talhos abertos e galerias, métodos muito comuns na “mineração de morro” do século 19. Esses métodos eram mais complexos e mais caros e, por isso, poucos se aventuraram a cavar nos interiores da Serra.
Ouro escorrendo pelas ruas
Há indícios que depois de uma terrível chuva o ouro escorria pelas ruas (na verdade eram caminhos abertos na mata) de Mateus Leme, algo semelhante com o que ocorreu em Pitangui: “…tal era a riqueza aurífera do solo do arraial de Mateus Leme, que se encontravam nas ruas, como também em Pitangui, após chuvas copiosas, valiosos folhetos de ouro…” (Alfredo Moreira Pinto – 1889)
Trecho retirado da obra Conjunto Natural, Paisagístico e Arqueológico da Serra do Elefante. Prefeitura Municipal de Mateus Leme, 2010.