Dona Santa
Ouça no SpotifyEra pelo telégrafo que acontecia a comunicação dentro do sistema ferroviário. Por meio de aparelhos equipados com o código Morse, o telegrafista passava os horários de trens, as ordens de serviço, as concessões de licença para circulação, entre outras informações importantes para a segurança do tráfego na ferrovia.
Equipamentos com bastões metálicos para o licenciamento dos trens. Cada estação possuía dois bastões, que se ligavam eletricamente às plataformas adjacentes. Para liberar a circulação nos trechos, os agentes de estação se comunicavam com as estações seguintes, giravam a manivela do complemento de staff e liberavam um bastão, que era entregue ao maquinista. Esse levava a peça à estação seguinte e recebia um novo bastão, e assim por diante. Enquanto o bastão não era entregue, o sistema não permitia que o outro fosse liberado, garantindo assim mais segurança na circulação das linhas.
Era pela rádio da cidade que, nos anos 70, a Rede Ferroviária anunciava os resultados de seu processo seletivo. O Ferroviário Geraldo Barbosa conta que ficou sabendo de sua aprovação pela Rádio de Três Rios.
Na década de 70, o principal meio de comunicação dos maquinistas com a estação era o telefone de caixa, que era uma grande estrutura e ficava em um caixote de madeira. Como não possuía energia própria nem antena, era necessário conectá-lo ao poste para que funcionasse. Com a modernização das máquinas, o telefone se tornou um rádio, e a maioria dos problemas de comunicação foi resolvida.
“As máquinas locomotivas eram vermelhas, que era nossa cor oficial. Nossa carga era especialmente de cimento, produtos siderúrgicos e trigo.”
Altivo José, maquinista aposentado
O nome faz referência à sua pintura em tom azul-escuro. Fez sua primeira viagem em 1929 e levava passageiros do Rio de Janeiro a São Paulo em viagens noturnas. Considerado um dos mais modernos, luxuosos e confortáveis trens da época, o Cruzeiro do Sul, como também era conhecido, tinha quatro vagões-dormitórios com cabines individuais, três vagões-restaurantes e um vagão-bagageiro, puxados por uma locomotiva a vapor que, em 1945, foi substituída por uma a diesel-elétrica. Parou de circular em 1960.
Trem de passageiros equipado com vagões de restaurante, bagagem e cabines de dormitórios. Fazia viagens partindo do Rio de Janeiro para Belo Horizonte, sempre passando por Três Rios. Costumava fazer duas viagens por semana partindo às sextas e aos domingos.
Conduzia os passageiros do Rio de Janeiro para São Paulo, passando por Três Rios. Tinha esse nome por conta da sua cor, diferente dos outros trens que geralmente eram coloridos. Ele tinha em torno de nove a 13 vagões e os viajantes podiam optar pelas poltronas ou pelas cabines que ofereciam um quarto completo com cama e suíte. Era considerado um trem mais sofisticado e que oferecia mais conforto aos passageiros.
No início de sua circulação em Três Rios, o trem de carga transportava especialmente trigo, café e carga animal. Depois, passou a carregar também cimento e produtos siderúrgicos diversos, além de muitas outras mercadorias. Hoje, a principal carga transportada na região é o minério de ferro. No Brasil, os trens de carga circulam em três tipos de bitolas: a bitola larga de 1,6 m, a bitola métrica de 1 m e a bitola mista, que une a bitola larga com a métrica. No trecho de Três Rios, a bitola larga é a mais utilizada para os trens cargueiros.
Esse trem carregava minério e, quando passava pela Ponte Seca, localizada na Rua Direita, abria suas comportas e descarregava o produto em um funil. O minério caía em um outro vagão que ficava embaixo da ponte. Depois de encher o funil com sua carga, o trem seguia para Volta Redonda. Com o fim das operações na ponte, o funil foi retirado do local.