Menu principal Menu
Buscar
Menu principal Menu
Buscar
Mudar de estação

Você está aqui!

Estação Matheus Leme

Mateus Leme | MG

Embarque para um novo destino

sair
PÁGINA INICIAL DE ESTAÇÃO DE MEMÓRIAS
sair
  • A+ Aumentar tamanho do texto
  • A- Diminuir tamanho do texto
  • C Alto Contraste
HomeComo tudo começou
Como tudo começou
Mateus Leme é uma terra moldada pela imponência da Serra do Elefante, carrega consigo uma história múltipla, uma cultura diversa e um povo acolhedor. A chegada da linha Belo Horizonte – Garças, em 1911, à cidade e em seu distrito, Azurita, contribuiu fortemente para o desenvolvimento econômico da região.

Contextualização histórica

Durante o século 18 é encontrado ouro na região de Mateus Leme e assim se inicia um intenso processo de ocupação territorial na região por bandeirantes paulistas.

Antes do século 16

Povos Originários

A região das Minas Gerais era amplamente ocupada por povos indígenas, antes da chegada dos colonizadores. Durante a colonização os bandeirantes atacaram, escravizaram e dizimaram vários grupos, apesar da resistência. Não há informações precisas sobre quais povos viviam na região de Mateus Leme, mas nas proximidades foram encontrados sítios arqueológicos com presença de urnas funerárias e vasilhames de cerâmica associados à tradição de povos denominados Aratu-Sapucaí. Em Mateus Leme foi encontrado, em 1996, um machado datado entre 6.000 e 3.000 anos.

Início do século 18

Ouro é encontrado

No final do século 17, o bandeirante Bartolomeu Bueno adentrou a região de Pitangui e encontrou pedras preciosas. A notícia dessa “descoberta” se espalhou, atraindo exploradores em busca de riquezas minerais. Entre eles o bandeirante Mateus Leme, genro de Borba Gato, que indo em direção à Pitangui deparou-se com ouro de aluvião na encosta do Morro de Mateus Leme, hoje conhecida como Serra do Elefante. A partir daí se originou o arraial que se chamaria Morro de Mateus Leme.

1710

Sesmarias

Mateus Leme é citada como uma localidade no documento de cessão da sesmaria a Borba Gato, sogro de Mateus Leme, como consta na Revista do Arquivo Público Mineiro, de 1897: “o Tenente General Manuel de Borba Gato, que há muitos anos está em mansa e pacífica posse de uma sorte de terras entre o Rio Paraopeba e a Cordilheira de Itatiaia e de Mateus Leme até fechar na barra…”. Nesse período, a região estava subordinada, administrativamente, a Sabará.

Século 19

De povoado a freguesia

Apesar de próspero, o arraial atravessou o século 18 sem obter o status de freguesia. Com a decadência da exploração de ouro, a população migrou para outras atividades econômicas, como agricultura e pecuária. Em 1832 a freguesia foi estabelecida, sob o nome de Santo Antônio do Morro de Mateus Leme, com Itatiaiuçu e Patafufo (Pará de Minas) como filiais. Administrativamente, o local passou por diversas mudanças: pertenceu a Sabará e Pitangui; depois foi incorporado a Pará de Minas, em 1848; depois a Bonfim, em 1850 e 1870; e novamente a Pará de Minas, em 1877.

1902

Formação de Serra Azul

Criado em 1902, Serra Azul foi inicialmente vinculado a Itaúna. Em 1938, com a criação do município de Mateus Leme, Serra Azul foi separado de Itaúna e tornou-se um distrito de Mateus Leme. Em 1943, seu nome foi alterado para Boturobi, mas os moradores solicitaram a retomada do nome anterior. Assim, em 1953, o distrito voltou a se chamar Serra Azul. Reconhecido por sua produção leiteira, o distrito celebra a Festa do Leite há mais de 10 anos.

1911

Chegada da ferrovia

Apesar das dificuldades financeiras, o governo continuou ampliando os ramais ferroviários pelo Estado. Um prolongamento importante foi feito entre Divinópolis e a nova capital mineira, Belo Horizonte, passando pelas Estações de Matheus Leme (Mateus Leme) e Soledade do Pará (Azurita). A chegada da ferrovia se mostrou muito importante para o desenvolvimento local, integrando o transporte suburbano da futura região metropolitana de Belo Horizonte. Posteriormente, Azurita passou a ser o entroncamento que levava à Estrada de Ferro Paracatu.

1938

Emancipação de Mateus Leme

No início do século 19, Pitangui era um importante centro de abastecimento de bens essenciais e de transporte de passageiros. À época, Pará (hoje Pará de Minas) e Morro de Mateus Leme (atual Mateus Leme), faziam parte de sua administração. Em 1858, Pará se tornou independente de Pitangui, levando consigo Morro de Mateus Leme e o arraial de São Sebastião (hoje Azurita). A emancipação de Morro de Mateus Leme em relação a Pará de Minas ocorreu em 1938. Elevado a município, passou a se chamar Mateus Leme e abarcou o distrito de Serra Azul.

 

1943

Formação do distrito de Azurita

O arraial de São Sebastião, mais tarde conhecido como Soledade do Pará devido à sua ligação com Pará de Minas, foi estabelecido como distrito e renomeado como Azurita em 1943, sendo anexado a Mateus Leme. Sua origem está vinculada à construção da linha férrea e da estação de embarque e desembarque de passageiros e cargas em 1911, o que atraiu mais moradores para a área. Segundo o estudioso Marcelo Lopes Costa, o nome Azurita é uma tradução de “Pedra Azul”, combinando “azul” do português e “ita” (pedra) do tupi.

Década de 1970

Desenvolvimento econômico e a cervejaria

O município de Mateus Leme, até a década de 1970, tinha sua economia baseada na agricultura, produção de leite e prestação de serviços. Nesse período era composto pelos distritos de Juatuba, Azurita e Serra Azul. Em 1972, a instalação da fábrica da Cervejaria Brahma de Minas Gerais, em Juatuba, mudou essa dinâmica, marcando o início da industrialização local. A fábrica se tornou uma das empresas mais lucrativas de Minas Gerais e chegou a ser a fonte de 80% da receita econômica do município.

1989

Integração com a RMBH

O município foi integrado à Região Metropolitana de Belo Horizonte, no contexto do Plano Metropolitano de Habitação de Interesse Social da Região Metropolitana de Belo Horizonte (PMHIS-RMBH). Este tinha como objetivo orientar a política habitacional nos municípios da região, bem como ser uma referência para o desenvolvimento dos Planos Locais de Habitação de Interesse Social. A integração à RMBH proporcionou um rápido crescimento populacional. Atualmente o município é marcado pelo desenvolvimento industrial que atrai a atividade imobiliária e pressiona a expansão urbana.

1992

Diversificação da economia local

Em 1992, Juatuba se emancipou, e a arrecadação da fábrica da Brahma deixou de ser destinada a Mateus Leme. O município precisou diversificar sua economia, criando o Distrito Industrial às margens da MG-050, o que gerou uma nova fase de industrialização. Novas fábricas se instalaram, especialmente do setor de autopeças, impulsionado pela instalação da Fiat em Betim. A mineração de não-metálicos e ferro também ganhou destaque, integrando o município à cadeia minerária da RMBH. A produção agropecuária, focada em hortaliças fornecidas ao CEASA e à região, manteve-se relevante.

Linha do Tempo da Ferrovia

A linha do tempo da ferrovia em Mateus Leme destaca os principais marcos de sua evolução e impacto no desenvolvimento na cidade .

1878

Nasce a EFOM

No final do século 18, a maior parte das cidades em Minas, devido à decadência do ouro na região, passava por desafios econômicos em relação às províncias litorâneas. As construções de ferrovias vieram como solução para unir o sertão ao litoral, especialmente por meio da Estrada de Ferro D. Pedro II, que vinha do Rio de Janeiro a Minas Gerais. Em 1878, a Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM) foi criada com o objetivo de interligar a região mineira ao Rio de Janeiro. Foi a primeira sociedade anônima mineira dedicada a esse empreendimento.

1881

Inauguração da EFOM

Três anos após a criação da Companhia, o trecho inicial da EFOM foi inaugurado, passando pelas estações de Sítio, Barroso, Prados, São José del-Rei (atual Tiradentes) e São João del-Rei. O evento iria contar com a presença do Imperador Dom Pedro II e grande comitiva. A população aguardava ansiosamente pelas festividades de inauguração da EFOM, na manhã seguinte à chegada do trem inaugural. Contudo, devido ao falecimento repentino de Buarque Macedo, então Ministro da Agricultura, o imperador cancelou toda a programação e, junto à sua comitiva, deixou a cidade. Um dia antes do ocorrido, a Revista Ilustrada já havia publicado uma imagem feita em litografia anunciando a inauguração, que na verdade nunca aconteceu.

1898

Falência da EFOM

Após quase 20 anos em operação, a Estrada de Ferro Oeste de Minas decretou falência devido às dificuldades financeiras, o que resultou em sua encampação pela União, em 1903. Por isso, na década de 1920, a sede da EFOM migrou da cidade de São João del-Rei para Belo Horizonte.

1911

Chegada da ferrovia em Mateus Leme e no distrito de Azurita

Com a ampliação dos ramais ferroviários pelo governo federal criou-se um ramal entre Divinópolis e a nova capital mineira, Belo Horizonte, que passava pelas Estações de Matheus Leme e Soledade do Pará (Azurita). O trecho foi construído pela Empresa Emílio Schnoor e foi inaugurado em 1911, com uma ramificação para Pará de Minas e outra para Contagem. A chegada da ferrovia desempenhou um papel crucial no desenvolvimento local, integrando essas estações à Linha Belo Horizonte- Garças de Minas e ao transporte suburbano. Posteriormente, tornou-se também o entroncamento que conectava à Estrada de Ferro Paracatu.

1931

Rede Mineira de Viação

Em 1931, a Estrada de Ferro Oeste de Minas deixa de ser federalizada e passa a ser arrendada pelo governo de Minas Gerais. Com isso, passou a ser chamada de Rede Mineira de Viação Oeste (RMV-Oeste) e Rede Sul-Mineira (RMV – Sul), que representava um conjunto de outras ferrovias no sul do Estado. Por meio de Decreto-Lei de setembro de 1938, foram unificadas as duas operações por motivos de administração e centralização das atividades exercidas. Assim, a ferrovia passou a se chamar Rede Mineira de Viação (RMV).

1944

Aquisição da Fazenda Horto da Liberdade pela RMV

Em 1943, a RMV iniciou estudos e visitas a várias fazendas de Minas Gerais para um plano de reflorestamento, visando replantar 60 mil árvores prejudicadas por formigas saúvas em Pouso Alto e Bom Retiro. A demanda por madeira para dormentes nos trilhos era alta. A Fazenda da Liberdade, em Azurita, cuja posse era atribuída ao Coronel João Gonçalves de Sousa, foi uma das visitadas. Em 1944, a RMV a adquiriu, plantou 27 mil eucaliptos, em 157 alqueires, e contratou 19 funcionários.

1957

Criação da RFFSA

Em 1953, Juscelino Kubitschek, governador do Estado de Minas Gerais, interessado na expansão da rodovia no estado, acordou com o então presidente do Brasil, Getúlio Vargas, que a RMV seria devolvida à União. Assim, a RMV tornou-se responsabilidade do Ministério de Viação e Obras Públicas. Já em 1957, quando Juscelino Kubitschek assumiu a presidência do Brasil, foi criada a Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), com a integração de diversas linhas férreas no país. A RFFSA se tornou uma empresa de capital aberto; o governo controlava 51% das ações.

1966

Desativação de ramais

A partir da década de 1960, com a expansão das rodovias, as ferrovias passaram a ser consideradas meios secundários para impulsionar o desenvolvimento econômico. Como resultado dessa mudança, iniciou-se a desativação de linhas e ramais ferroviários considerados economicamente inviáveis pelo governo federal. Em 1966, foi criado o Grupo Executivo para Substituição de Ferrovias e Ramais Antieconômicos (GESFRA) com o propósito de desativar esses ramais.

1960 a 1970

O fim do trem de passageiros e do restaurante da Estação de Azurita

Entre as décadas de 60 e 70, o fluxo do trem de passageiros foi diminuindo e, consequentemente, as atividades nas estações e no restaurante da Estação de Azurita. Ao longo dos anos ele foi se modificando e mudando de administração: Sebastião Biondini, genro de Vitorino Jardim, o assumiu em 1945; já em 1959 passou a Vitorino Biondini, filho de Sebastião e neto de Vitorino Jardim; em 1969, Vitorino Biondini o concede a Stéfano Veneroso, amigo de sua família, que permanece no comando do restaurante até 1973, quando o movimento de passageiros na ferrovia já estava diminuindo.

Década de 1990

Privatização

Em 1992, o presidente Fernando Collor criou um programa de desestatização que incluiu a Rede Ferroviária, visando efetuar sua transferência ao setor privado. Em 1996, as malhas ferroviárias foram divididas em regiões e concedidas à iniciativa privada por meio de leilões. Diante disso, a Ferrovia Centro-Atlântica S.A. (FCA S.A.) passou a ser responsável por alguns trechos nos estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro. Em 1999, a empresa mineradora Vale S.A. incorporou a FCA S.A. Em maio de 2011, a VLI é fundada e incorpora a FCA.  Após a privatização, as estações de Azurita e Mateus Leme permaneceram inativas por um período. Em 2005, ambas foram tombadas a nível municipal e, em 2006, foram reformadas. Atualmente, a Estação de Mateus Leme abriga a Coordenadoria de Cultura Municipal, enquanto a Estação de Azurita continua em operação, sendo utilizada pelo trem de carga operado pela VLI Logística.

2024

Estação de Memórias Mateus Leme

Em novembro de 2024, a Estação Ferroviária de Mateus Leme passa a abrigar o programa Estação de Memórias. O espaço de memória foi construído de forma colaborativa, com moradores e familiares de ferroviários que viveram o dia a dia da Estação Ferroviária, em seu período de funcionamento, como principal meio de transporte da cidade. O objetivo do projeto é registrar e difundir as memórias da Estação e do seu entorno.

Compartilhe este conteúdo em suas redes sociais