Sinalizações como apitos e placas, além de ações de conscientização de trabalhadores e moradores, são ferramentas importantes para que a ferrovia possa continuar a conviver de forma segura com a vida na comunidade.
“Por volta de 1993, um vagão que levava álcool descarrilhou e explodiu. Ao passar em uma curva, o combustível desceu pelo vagão, incendiando os trilhos. Tinha uma grande quantidade de combustível que foi descendo pela drenagem, por isso dava pra ver o fogo contornando a água quilômetros pra baixo. Ficamos assistindo o fogo por horas e horas, e o incêndio durou até a tarde do outro dia. Vieram pessoas de outras cidades pra ajudar a conter o fogo. Ninguém se machucou nesse acidente, porém os trilhos ficaram retorcidos com o calor.”
Depoimento cedido por Igor Carvalho Cordeiro, morador de Campos Altos.
“Na década de 70, estávamos saindo de Campos Altos em direção a Uruburetama para atender um acidente. Quando estávamos passando pelo túnel, o guarda-chaves freou a máquina, mas o encanamento dela estava fechado, e o freio ficou só na máquina. Olhei para trás e estava saindo uma linha de fogo nas rodas, e, por causa da freada, a máquina tombou.”
Depoimento cedido por Antônio Lopes, mestre de linha aposentado.
“Na década de 1950, existia um ônibus do Vicente Laninho, que a gente chamava de Jardineira. Às 5 da manhã ela estava desligada parada em um posto. Aqui, ela era abastecida e passava pelas roças até chegar a Bambuí. Ela estava parada e sem motorista dentro. Acabou descendo sozinha a rua Coronel Frederico disparada em direção à estação. Passou em meio às árvores e pulou todos os trilhos. Subiu na plataforma e seus caibros ficaram pregados por cima do ônibus. Ninguém se machucou no acidente. E a jardineira logo foi consertada.”
Depoimento cedido por Miguel Célio Patto Ramalho, filho de antigo agente de estação.
“Na década de 1980, foram fazer uma movimentação de alguns vagões, e o guarda-chaves perdeu o controle e caiu debaixo do trem. Era um momento que estava chuvoso e eles fazendo as manobras do trem. Ele escorregou bem onde a máquina estava passando. Aí foi fatal, aí ele faleceu, infelizmente. O único acidente grave assim que eu me lembro, naquela época, foi esse. Aconteceu no local onde atualmente é a casinha de contabilidade. Lá existia um barranco, que foi até retirado depois de um certo tempo.”
Depoimento cedido por Carlos Roberto de Morais, filho de antigo agente de estação.