Antes do trem chegar; antes de Campos Altos ser chamada de Campos Altos; antes das largas plantações de café se estabelecerem por aqui: muita coisa veio antes de nós nessas terras. Infelizmente, não há documentações e registros, por exemplo, dos povos indígenas que habitaram este mesmo chão que hoje pisamos. Temos, contudo, um importante registro do Quilombo do Ambrósio, comunidade afro diaspórica que foi parte fundamental da formação da comunidade campos-altense. As histórias da origem do Quilombo do Ambrósio e de sua existência são diversas, e a data precisa de sua formação é desconhecida. Sua localização foi identificada em 1769 por Inácio Correia, na divisa das cidades de Campos Altos e Ibiá. Muitos anos depois, em 1989, foram iniciadas as escavações para buscas de materiais arqueológicos na região. O espaço foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Foram encontrados vasos de cerâmica, blocos para a construção de casas, cachimbos e um pedaço de faca. Além disso, foram catalogadas 433 sementes diversas e várias espigas de milho, que se encontram em ótimo estado de conservação e estão arquivadas no Arquivo Público Mineiro (APM).
Além dessa habitação comprovada de povos quilombolas em nossas terras, temos, também no histórico de ocupação do território, as expedições de bandeirantes em busca de ouro, como a de Manuel de Campos Bicudo, Bartolomeu Dias (o “Anhanguera”) e de Lourenço Castanho Taques passavam pela atual Oeste de Minas até os sertões de Goiás. A Guerra dos Emboabas, entre 1708 e 1709, marcou o conflito ocorrido para a exploração das regiões mineiras entre bandeirantes, estrangeiros e paulistas e acarretou o desbravamento das terras de Minas Gerais, provocando a abertura de estradas ou “picadas”.