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A região que hoje conhecemos como Alagoinhas era habitada por povos indígenas, possivelmente Tupinambás, do tronco linguístico Tupi-Guarani. Com a colonização, muitos foram dizimados por doenças, violência armada e perda de territórios. Apesar disso, os saberes e as práticas indígenas, como o uso da mandioca, resistem na cultura local.
A região, devido à sua abundância de água e terras férteis, passou a despertar grande interesse dos colonizadores, destacando-se como ponto estratégico para tropeiros e bandeirantes que atuavam na Bahia.
O Arraial de Santo Antônio da Lagoinha passa a ser Freguesia de Santo Antônio da Lagoinha, quando a capela, dedicada a Santo Antônio ganha destaque. Essa comunidade pertencia ao município de Inhambupe.
Nesse ano, Alagoinhas emancipou-se de Inhambupe, por publicação do Decreto Provincial n°442 de 16/06/1852. A comunidade política organizou um processo para a eleição dos vereadores da primeira Câmara Municipal da Vila de Alagoinhas. Em homenagem à data Magna da Bahia, escolheram o dia 02 de julho de 1853 para que a primeira Câmara assumisse seus cargos, tornando-se a data da emancipação política do município.
Em 1856, teve início a construção da ferrovia que levaria os trilhos até o rio Joanes, sob responsabilidade da companhia inglesa Bahia and San Francisco Railway Company. O projeto visava estabelecer uma ligação ferroviária entre Salvador e o rio São Francisco, melhorando o transporte e impulsionando o desenvolvimento da região.
Nesse ano, em 13 de fevereiro, é realizada a primeira viagem de trem na Bahia. O trem de passageiros marcou o início da movimentação ferroviária entre Salvador e Alagoinhas. A conclusão do trecho deu origem a um ciclo de crescimento econômico e demográfico.
Inaugurada em 1880 como estação do Prolongamento da linha Bahia ao São Francisco, que chegaria a Juazeiro em 1896, a estação foi construída com materiais importados da Inglaterra e da França, como se constata nos postes de sustentação e nas telhas de cobertura.
Em 13 de maio, foi assinada a Lei Áurea, que extinguiu oficialmente a escravidão no país. A medida representa uma conquista histórica após décadas de resistência de pessoas negras escravizadas e não escravizadas, embora tenha ocorrido sem políticas de reparação ou inclusão social, o que deixou profundas marcas de desigualdade no Brasil.
Em 15 de novembro, foi proclamada a República no Brasil, encerrando o período monárquico e instaurando um novo regime político. A mudança, liderada por militares e por setores da elite, marcou o início das transformações institucionais profundas, embora inicialmente tenha mantido muitas das estruturas sociais excludentes herdadas do Império.
Durante a Guerra de Canudos, que se estendeu até 1897, Alagoinhas, já um importante entroncamento ferroviário, foi ponto estratégico para o transporte de tropas, suprimentos e feridos. O deslocamento por trem não dependia de autorização municipal, já que a ferrovia era de responsabilidade federal.
Em 1935, a Viação Férrea Federal Leste Brasileiro foi criada, incorporando a Estrada de Ferro da Bahia ao São Francisco e as demais presentes na Bahia. Essa integração reforçou a importância da ferrovia como infraestrutura fundamental para o desenvolvimento econômico e social de Alagoinhas.
Em 1957, foi criada a Red e Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), que incorporou a VFFLB, reforçando a relevância da ferrovia para o transporte regional. Alagoinhas consolidou-se como um importante entroncamento ferroviário, mantendo seu papel estratégico na logística e no desenvolvimento da região.
Em 1996, com a privatização da Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA), a operação da ferrovia em Alagoinhas foi transferida para a Ferrovia Centro–Atlântica S.A. (FCA).
Nesse ano o prédio da estação passa a ser, novamente, responsabilidade do Governo Federal.
Em 02 de julho se deu o registro oficial da Fundação Iraci Gama de Cultura.
Em 05 de novembro de 2002 ocorreu o tombamento da estação São Francisco.
Em 13 de fevereiro de 2003 a FCA entregou as chaves da Estação ao IPAC, para orientação técnica de limpeza e ocupação pela FIGAM.
Em 2011, a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) passou a ser gerida pela VLI Logística. Desde então, a VLI assumiu a administração da malha ferroviária que atravessa diversos estados brasileiros, incluindo a Bahia, consolidando sua responsabilidade sobre o trecho que passa por Alagoinhas.
O Projeto Estação de Memórias, realizado pela Agência de Iniciativas Cidadãs (AIC), chega a Alagoinhas com uma nova proposta expográfica para o espaço que a FIGAM dedica à ferrovia, ampliando o registro e a difusão da memória ferroviária. O projeto é patrocinado pela VLI, via Lei Rouanet, e conta com o apoio da FIGAM e da Prefeitura de Alagoinhas, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Turismo (SECET).
