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Divinópolis | MG

Embarque para um novo destino

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A cidade respirava a vida no trem e muitas de suas construções surgiram por causa da ferrovia. Clique no mapa e conheça mais a história de algumas dessas estruturas e espaços que ficavam no entorno das estações do trem.

Mapa do entorno de Divinópolis

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Clube dos Ferroviários

Contava com piscinas e saunas para relaxar, além de muitos campos e quadras para prática de esportes, eventos e bailes diversos. 

Cooperativa Mista dos Ferroviários

Os alimentos básicos eram fornecidos por um armazém, conhecido como Cooperativa Mista dos Ferroviários, extinta na década de 1960. O pagamento dos produtos era mediante ao sistema de caderneta, ou seja, era descontado diretamente do salário. 

Igreja da Imaculada Conceição

Sua construção teve início em 1928, na Praça dos Ferroviários. Foram três anos de muito trabalho, e diversos ferroviários contribuíram de forma voluntária para a obra. A Oficina da Rede também doou o sino, os materiais de construção e viabilizou, em seus próprios estabelecimentos, a construção dos bancos da Capela. O recurso para a obra foi levantado por meio de barraquinhas e apresentações do Conjunto Teatral Oito de Dezembro, que performava na Escola da Rede. A antiga Capela foi demolida e, em sua memória, erguido um oratório. 

Praça dos Ferroviários

A praça, que a princípio se chamava Gil de Souza Rocha, está localizada no coração do bairro Esplanada, em frente à Oficina ferroviária e aos antigos quartinhos da Rede. Abriga o prédio da extinta Estação Assis Ribeiro, que foi inaugurada em 1922 e fazia parte da Linha do Paraopeba. Hoje, além de ser um importante espaço de sociabilidade para os antigos e atuais trabalhadores da ferrovia e seus familiares, a praça é lar da Locomotiva nº 340, a segunda totalmente construída em Divinópolis. O local também fica localizado ao lado da antiga residência de engenheiros das oficinas, que, atualmente, é a casa da Academia Divinopolitana de Letras.

Apito da Esplanada

Esse som faz parte do dia a dia de todo divinopolitano e é lembrado a todo tempo quando se fala da oficina, da ferrovia e do bairro Esplanada. O apito é um som baixo que sobe gradativamente até ficar mais agudo (uma nota Lá, na clave de Sol). Conta-se que músicos da cidade utilizavam o apito para afinar seus instrumentos. Desde 1916 até os anos 70, o apito da Rede soava onze vezes ao dia. A sirene servia para sinalizar as partidas e chegadas dos trens e os horários em que os ferroviários deveriam entrar e sair da oficina. Além disso, era utilizada para prevenir os moradores ribeirinhos contra ameaças de enchente, anunciar o fim de greves e o início de celebrações religiosas. Ela soava e ainda soa também para comunicar o falecimento de algum ferroviário. 

Em 25 de outubro de 1996, às 17h, a sirene parou de soar, mas a comunidade ficou insatisfeita com essa decisão. Após manifestações populares, a sirene foi reativada em 1º de setembro de 2000. Atualmente, o apito pode ser ouvido dez vezes ao dia: 6h30, 6h45, 6h55, 7h, 10h55, 11h, 12h15, 12h30, 16h55 e 17h, além de ocasiões extraordinárias como os falecimentos de trabalhadores da ferrovia. Durante a pandemia da covid-19, em 2021, a sirene foi utilizada para marcar o toque de recolher necessário à época para a garantia do distanciamento físico e prevenção à epidemia. A partir de um decreto municipal, de 2019, o toque da sirene das oficinas da Rede Ferroviária foi registrado como patrimônio cultural imaterial de Divinópolis.  

 

“Eu ficava nervoso, ficava triste quando ouvia o apito tocar pra ir embora pra casa. Eu queria sempre continuar no trabalho pra ver o resultado pronto o quanto antes.” Depoimento de Henrique Dimas, supervisor de caldeiraria aposentado. 

“Meu marido Ary até hoje se emociona toda vez que escuta o apito. Várias vezes o vejo com os olhos marejados ao ouvir o soar constante. No nosso casamento, sem ninguém combinar nada, assim que a cerimônia acabou, a ferrovia apitou e nos beijamos ao som do apito do trem.” Depoimento de Letícia Alvarenga, esposa de Ary Alvarenga, mecânico aposentado. 

Oficinas de Locomotivas e Galpão da conserva

Além da fabricação de rodas, as oficinas ofereciam reparos leves e pesados. Tinham mão de obra especializada e eram praticamente autossuficientes: a maioria dos materiais necessários ao trabalho era fabricada na própria oficina. Na década de 1950, por exemplo, Divinópolis era a única cidade registrada com uma oficina capaz de salvar os trens da paralisação total. Contavam ainda com equipe de socorro para oferecer auxílio em acidentes e descarrilhamentos na região. Contabilizou-se que, no ano de 1955, foram reparadas cerca de 46 das 228 locomotivas em atividade em toda a RMV.  Os engenheiros das oficinas da cidade, como João Morato e Antônio de Oliveira, eram reconhecidos por seu trabalho em toda a Rede.    

Os galpões de conserva eram oficina para reparos das locomotivas que passavam pela Estação. Os vagões eram revistados na área externa e, se alguma anomalia fosse encontrada, as locomotivas eram direcionadas para a parte interna das oficinas, no galpão de reparo de vagões. Possuía treze linhas férreas separando cada setor. 

Posto Médico Ambulatorial

Inaugurado na década de 1920, foi o Primeiro Posto de Higiene e Saúde do Estado, instalado na Vila Operária. Oferecia atendimento aos ferroviários e contava com o Serviço Nacional de Combate à Malária e outras endemias. 

Quartinhos MRV

Quartinhos dos solteiros, compostos por 14 cômodos para abrigar trabalhadores da RMV, homens solteiros que vinham de outras cidades, a habitação coletiva era popularmente conhecida como “quartinhos”. Foi fruto de reivindicações de trabalhadores por melhores condições de vida. Hoje é patrimônio tombado do município, abriga a Banda Santa Cecília desde 1950 e se tornou sede do Clube dos Capoteiros. 

“Quando a televisão chegou a Divinópolis, lá pelos anos 1960, Salvador, morador do quartinho, comprou a primeira do bairro Esplanada. Ele abria o quartinho dele para que os homens fossem assistir. Como era proibida a entrada de mulheres, Salvador abria as janelas e deixava que as mulheres assistissem pela janela do quarto.” Depoimento de Ary Alvarenga ao jornal Gazeta do Oeste, em 18 de agosto de 2012. 

Escola Profissional Ferroviária

Em 1942, a Rede firmou parceria com o Centro de Ensino, Formação e Orientação Profissional de São Paulo (CEFOP), precursor do SENAI, para a instalação, junto às oficinas de Divinópolis, de uma unidade de ensino profissionalizante. Assim nasceu a Escola Profissional Ferroviária de Divinópolis, que era gratuita e recebia, preferencialmente, filhos de ferroviários. A partir de uma formação com duração de três anos, graduavam-se mecânicos ajustadores, torneiros, ferreiros, marceneiros, modeladores, eletricistas, fresadores, carpinteiros, ferramenteiros, entre outros ofícios. A instituição funcionou até 1972, quando foi fechada pela RFFSA. 

“Me formei como torneiro na escola profissional ferroviária e exerci a profissão até quase me aposentar. Mas graças ao meu desempenho e ao reconhecimento dos chefes, acabei sendo promovido e me aposentei como supervisor de mecânica.” Depoimento de Antônio Ferreira de Castro, ferroviário aposentado. 

Posto de Abastecimento

O posto de abastecimento ficava localizado depois dos galpões de conserva, nas proximidades da Estação, facilitando o abastecimento das locomotivas. Após anos de funcionamento, o posto sofreu um grande incêndio.  

“Tinha um passeio grande, todos os dias tínhamos que esparramar areia para secar o passeio e depois guardá-la dentro do galpão para utilizar a areia para abastecer a locomotiva.” Depoimento de Mário Paixão, ferroviário aposentado, mecânico de conserva de vagão.  

Praça da Estação

Mais conhecida como Praça da Estação, a Praça Benjamin Constant era ornamentada por um charmoso jardim, com muitas flores e bancos. No coreto da praça, as bandas tocavam, os soldados do tiro de guerra se apresentavam e as comemorações do 1º de junho, aniversário da cidade, aconteciam. Infelizmente, foi demolida em 1950. 

Barraquinhas

Eventos que aconteciam na praça do santuário de Santo Antônio, especialmente como atividade de arrecadação de recursos para a construção da Catedral Dom Cristiano. Havia venda de alimentos e bebidas e um serviço para oferecimento de músicas e mensagens pelos alto-falantes espalhados pela praça. Há relatos de que, naquele momento histórico, por volta de 1955, muitos ferroviários eram estigmatizados como “flagelados” e por vezes até impedidos de circular nesses espaços. 

“Então, no meio daquela dificuldade, quis distrair um pouco, eu tinha uns amigos que na época não trabalhavam na Rede, nós íamos para a barraquinha apreciar o movimento. Então, tava lá aquela turminha nossa, apreciando, quando veio as garçonetes de uma das barraquinhas fazer um convite para nós: “Ó, vocês estão sendo convidados a nos dar o prazer de ir na barraquinha, tomar uma, comer um salgadinho, tomar um refrigerante”, isso na época da crise da Rede, eu que tava mais do lado disse: “Escuta, como que vai ser a mesa?” Ela olhou para mim, o ferroviário parece que tinha uma estrela na testa, todo mundo sabia quem era ferroviário, e ela disse “Olha, nós estamos proibidas de convidar ferroviário de ir para a barraquinha”.  

Depoimento do ferroviário aposentado  Antônio Ferreira de Castro. 

Igreja Santo Antônio

O grande edifício erguido na esquina da Avenida 21 de Abril com a Rua Minas Gerais, projetado por Frei Ladislau Bax, OFM, foi concebido para ser o Convento de Santo Antônio, que também abrigaria o Comissariado e a Faculdade Teológica. Em 25 de outubro de 1931, o convento recebeu os cinco primeiros clérigos holandeses, que se tornaram sacerdotes três anos depois, na matriz do Divino Espírito Santo.

Estação Central

Chamada de Nova Estação. Ela foi inaugurada em 1916 para substituir a Estação Henrique Galvão. Foi o primeiro prédio construído na praça. Hoje, abriga a sede da Secretaria Municipal de Cultura e o projeto Estação de Memórias Divinópolis.

Caixa d' água

A caixa d’água era utilizada para abastecer as locomotivas. Ela ficava em cima de uma estrutura que alguns ferroviários que trabalhavam no setor de revisão das locomotivas utilizavam como espaço de descanso enquanto as esperavam. 

“A gente ficava ali escutando música e lendo revistas enquanto esperava o trem chegar, principalmente nos tempos de frio, que tinha muita neblina.” Depoimento de Mário Paixão, ferroviário aposentado, mecânico de conserva de vagão. 

Tanque de agua para os carroceiros

O tanque servia para abastecer os animais dos carroceiros que circulavam por aqui. Era como se fosse um ponto de táxi! Os carroceiros estacionavam perto do tanque e abasteciam seus animais para seguir caminho e pegar novas mercadorias e pessoas. 

Casarão

O “Sobrado”, localizado na praça Dom Cristiano, também conhecido como Casarão, foi erguido por escravizados e é o maior símbolo histórico do núcleo urbano da cidade. Em 1988, tornou-se o primeiro bem cultural tombado de Divinópolis. Muitos ferroviários se lembram de participar de eventos e festejos diversos na praça, em torno do Casarão. 

Areeiro

Este era o local de armazenamento da areia despejada sob os trilhos das locomotivas, facilitando sua movimentação pelo trajeto. A areia ajudava a remover sujeiras e pequenos insetos que ficavam presos nas rodas e nos trilhos, como gafanhotos, muito comuns nas linhas do trem. Era utilizada para aumentar o atrito entre as rodas e os trilhos, evitando, assim, que a umidade, os declives e aclives fizessem o trem patinar e descarrilhar. 

Escola Mista da EFOM e Galpão de Via Permanente

Em 1917, a EFOM instalou a primeira escola da região. O objetivo era atender somente o público ferroviário para formação de mão de obra qualificada, especialmente a partir da implementação das oficinas da rede. Na sua criação, estava vinculada ao departamento de mecânica e era mantida exclusivamente pela RFFSA, funcionando como um centro de formação técnica. Em 1950, devido ao seu crescimento, a escola se tornou uma “Escola Mista”, ou “Escola Reunida”, atendendo, além do ensino técnico, as quatro séries primárias. Passou a ter o nome de “Engenheiro Pedro Magalhães”. 

Galpão era o local que funcionava como depósito de materiais da via permanente, como dormentes e placas de apoio. Possuía, também, uma ferraria para a manutenção e o conserto das ferramentas utilizadas nas oficinas. A partir de 1947, passou a abrigar a Escola Estadual Engenheiro Pedro Magalhães, antiga Escola Mista. 

Ferroviário Futebol Clube

Muito bem cuidado, com gramado extenso e muros altos, abrigava o saudoso Ferroviário Futebol Clube.

Estação Gonçalves Ferreira

A estação era o ponto final do passeio que saía de Divinópolis, realizado em dias comemorativos, especialmente no dia das crianças e em excursões escolares. 

O trem pegava as crianças aos sábados e domingos em Divinópolis, na Estação Central, e ia até Gonçalves Ferreira. A viagem durava cerca de 1h ou 1h30min. Por ser muita gente, era necessário realizar três viagens por dia. Quando chegava lá, ficava cerca de 40 minutos, tempo que as pessoas aproveitavam o comércio da cidade, o pessoal de lá punha pipoca, refrigerante. Eu levei muito meus filhos lá, era uma festa.”

Depoimento de Mário Paixão, ferroviário aposentado. 

Escola Municipal de Música

Fundada pela RMV para a formação de jovens músicos a fim de compor a Banda Lira de Santa Cecília, fundada em 1944 pelo Maestro João Pinto, ferroviário vindo da cidade de Cruzeiro. A RMV, além de criar a escola situada no bairro Esplanadaem um dos cômodos da empresa, restaurou velhos instrumentos musicais disponíveis e comprou novos deles para incentivar a formação da banda. 

Usina Gravatá

Inaugurada em 1932, foi a primeira usina produtora de biocombustível da América Latina, que era feito utilizando a mandioca. Atualmente, o prédio abriga o Teatro Municipal. Foi projetada e construída por Antônio Gonçalves Gravatá, responsável também pela construção da Estação Ferroviária de Belo Horizonte. Até 1933, a empresa foi administrada pela Superintendência da RMV, e sua produção era escoada por uma linha férrea localizada em frente ao prédio da usina. 

Ponte do Rio Itapecerica

Construída em 1911, possibilitou a conexão da linha férrea da cidade com o trecho até Belo Horizonte. As águas desse trecho também foram utilizadas para a construção da hidroeléctrica da estrada de ferro Oeste Minas, gerando energia para a Vila Operária e para as oficinas da EFOM. 

Barraquinhas

Eventos que aconteciam na praça do santuário de Santo Antônio, especialmente como atividade de arrecadação de recursos para a construção da Catedral Dom Cristiano. Havia venda de alimentos e bebidas e um serviço para oferecimento de músicas e mensagens pelos alto-falantes espalhados pela praça. Há relatos de que, naquele momento histórico, por volta de 1955, muitos ferroviários eram estigmatizados como “flagelados” e por vezes até impedidos de circular nesses espaços. 

“Então, no meio daquela dificuldade, quis distrair um pouco, eu tinha uns amigos que na época não trabalhavam na Rede, nós íamos para a barraquinha apreciar o movimento. Então, tava lá aquela turminha nossa, apreciando, quando veio as garçonetes de uma das barraquinhas fazer um convite para nós: “Ó, vocês estão sendo convidados a nos dar o prazer de ir na barraquinha, tomar uma, comer um salgadinho, tomar um refrigerante”, isso na época da crise da Rede, eu que tava mais do lado disse: “Escuta, como que vai ser a mesa?” Ela olhou para mim, o ferroviário parece que tinha uma estrela na testa, todo mundo sabia quem era ferroviário, e ela disse “Olha, nós estamos proibidas de convidar ferroviário de ir para a barraquinha”.  

Depoimento do ferroviário aposentado  Antônio Ferreira de Castro. 

Casarão

O “Sobrado”, localizado na praça Dom Cristiano, também conhecido como Casarão, foi erguido por escravizados e é o maior símbolo histórico do núcleo urbano da cidade. Em 1988, tornou-se o primeiro bem cultural tombado de Divinópolis. Muitos ferroviários se lembram de participar de eventos e festejos diversos na praça, em torno do Casarão. 

Igreja Santo Antônio

O grande edifício erguido na esquina da Avenida 21 de Abril com a Rua Minas Gerais, projetado por Frei Ladislau Bax, OFM, foi concebido para ser o Convento de Santo Antônio, que também abrigaria o Comissariado e a Faculdade Teológica. Em 25 de outubro de 1931, o convento recebeu os cinco primeiros clérigos holandeses, que se tornaram sacerdotes três anos depois, na matriz do Divino Espírito Santo.

Escola Municipal de Música

Fundada pela RMV para a formação de jovens músicos a fim de compor a Banda Lira de Santa Cecília, fundada em 1944 pelo Maestro João Pinto, ferroviário vindo da cidade de Cruzeiro. A RMV, além de criar a escola situada no bairro Esplanada, em um dos cômodos da empresa, restaurou velhos instrumentos musicais disponíveis e comprou novos deles para incentivar a formação da banda. 

Usina Gravatá

Inaugurada em 1932, foi a primeira usina produtora de biocombustível da América Latina, que era feito utilizando a mandioca. Atualmente, o prédio abriga o Teatro Municipal. Foi projetada e construída por Antônio Gonçalves Gravatá, responsável também pela construção da Estação Ferroviária de Belo Horizonte. Até 1933, a empresa foi administrada pela Superintendência da RMV, e sua produção era escoada por uma linha férrea localizada em frente ao prédio da usina. 

Ponte do Rio Itapecerica

Construída em 1911, possibilitou a conexão da linha férrea da cidade com o trecho até Belo Horizonte. As águas desse trecho também foram utilizadas para a construção da hidroeléctrica da estrada de ferro Oeste Minas, gerando energia para a Vila Operária e para as oficinas da EFOM. 

Areeiro

Este era o local de armazenamento da areia despejada sob os trilhos das locomotivas, facilitando sua movimentação pelo trajeto. A areia ajudava a remover sujeiras e pequenos insetos que ficavam presos nas rodas e nos trilhos, como gafanhotos, muito comuns nas linhas do trem. Era utilizada para aumentar o atrito entre as rodas e os trilhos, evitando, assim, que a umidade, os declives e aclives fizessem o trem patinar e descarrilhar. 

Tanque de agua para os carroceiros

O tanque servia para abastecer os animais dos carroceiros que circulavam por aqui. Era como se fosse um ponto de táxi! Os carroceiros estacionavam perto do tanque e abasteciam seus animais para seguir caminho e pegar novas mercadorias e pessoas. 

Caixa d' água

A caixa d’água era utilizada para abastecer as locomotivas. Ela ficava em cima de uma estrutura que alguns ferroviários que trabalhavam no setor de revisão das locomotivas utilizavam como espaço de descanso enquanto as esperavam. 

“A gente ficava ali escutando música e lendo revistas enquanto esperava o trem chegar, principalmente nos tempos de frio, que tinha muita neblina.” Depoimento de Mário Paixão, ferroviário aposentado, mecânico de conserva de vagão. 

Estação Central

Chamada de Nova Estação. Ela foi inaugurada em 1916 para substituir a Estação Henrique Galvão. Foi o primeiro prédio construído na praça. Hoje, abriga a sede da Secretaria Municipal de Cultura e o projeto Estação de Memórias Divinópolis. 

Praça da Estação

Mais conhecida como Praça da Estação, a Praça Benjamin Constant era ornamentada por um charmoso jardim, com muitas flores e bancos. No coreto da praça, as bandas tocavam, os soldados do tiro de guerra se apresentavam e as comemorações do 1º de junho, aniversário da cidade, aconteciam. Infelizmente, foi demolida em 1950. 

Posto Médico Ambulatorial

Inaugurado na década de 1920, foi o Primeiro Posto de Higiene e Saúde do Estado, instalado na Vila Operária. Oferecia atendimento aos ferroviários e contava com o Serviço Nacional de Combate à Malária e outras endemias. 

Cooperativa Mista dos Ferroviários

Os alimentos básicos eram fornecidos por um armazém, conhecido como Cooperativa Mista dos Ferroviários, extinta na década de 1960. O pagamento dos produtos era mediante ao sistema de caderneta, ou seja, era descontado diretamente do salário. 

Clube dos Ferroviários

Contava com piscinas e saunas para relaxar, além de muitos campos e quadras para prática de esportes, eventos e bailes diversos. 

Oficinas de Locomotivas

Além da fabricação de rodas, as oficinas ofereciam reparos leves e pesados. Tinham mão de obra especializada e eram praticamente autossuficientes: a maioria dos materiais necessários ao trabalho era fabricada na própria oficina. Na década de 1950, por exemplo, Divinópolis era a única cidade registrada com uma oficina capaz de salvar os trens da paralisação total. Contavam ainda com equipe de socorro para oferecer auxílio em acidentes e descarrilhamentos na região. Contabilizou-se que, no ano de 1955, foram reparadas cerca de 46 das 228 locomotivas em atividade em toda a RMV.  Os engenheiros das oficinas da cidade, como João Morato e Antônio de Oliveira, eram reconhecidos por seu trabalho em toda a Rede.    

Galpão da conserva

Oficina para reparos das locomotivas que passavam pela Estação. Os vagões eram revistados na área externa e, se alguma anomalia fosse encontrada, as locomotivas eram direcionadas para a parte interna das oficinas, no galpão de reparo de vagões. Possuía treze linhas férreas separando cada setor. 

Apito da Esplanada

Esse som faz parte do dia a dia de todo divinopolitano e é lembrado a todo tempo quando se fala da oficina, da ferrovia e do bairro Esplanada. O apito é um som baixo que sobe gradativamente até ficar mais agudo (uma nota Lá, na clave de Sol). Conta-se que músicos da cidade utilizavam o apito para afinar seus instrumentos. Desde 1916 até os anos 70, o apito da Rede soava onze vezes ao dia. A sirene servia para sinalizar as partidas e chegadas dos trens e os horários em que os ferroviários deveriam entrar e sair da oficina. Além disso, era utilizada para prevenir os moradores ribeirinhos contra ameaças de enchente, anunciar o fim de greves e o início de celebrações religiosas. Ela soava e ainda soa também para comunicar o falecimento de algum ferroviário. 

Em 25 de outubro de 1996, às 17h, a sirene parou de soar, mas a comunidade ficou insatisfeita com essa decisão. Após manifestações populares, a sirene foi reativada em 1º de setembro de 2000. Atualmente, o apito pode ser ouvido dez vezes ao dia: 6h30, 6h45, 6h55, 7h, 10h55, 11h, 12h15, 12h30, 16h55 e 17h, além de ocasiões extraordinárias como os falecimentos de trabalhadores da ferrovia. Durante a pandemia da covid-19, em 2021, a sirene foi utilizada para marcar o toque de recolher necessário à época para a garantia do distanciamento físico e prevenção à epidemia. A partir de um decreto municipal, de 2019, o toque da sirene das oficinas da Rede Ferroviária foi registrado como patrimônio cultural imaterial de Divinópolis.  

 

“Eu ficava nervoso, ficava triste quando ouvia o apito tocar pra ir embora pra casa. Eu queria sempre continuar no trabalho pra ver o resultado pronto o quanto antes.” Depoimento de Henrique Dimas, supervisor de caldeiraria aposentado. 

“Meu marido Ary até hoje se emociona toda vez que escuta o apito. Várias vezes o vejo com os olhos marejados ao ouvir o soar constante. No nosso casamento, sem ninguém combinar nada, assim que a cerimônia acabou, a ferrovia apitou e nos beijamos ao som do apito do trem.” Depoimento de Letícia Alvarenga, esposa de Ary Alvarenga, mecânico aposentado. 

Escola Profissional Ferroviária

Em 1942, a Rede firmou parceria com o Centro de Ensino, Formação e Orientação Profissional de São Paulo (CEFOP), precursor do SENAI, para a instalação, junto às oficinas de Divinópolis, de uma unidade de ensino profissionalizante. Assim nasceu a Escola Profissional Ferroviária de Divinópolis, que era gratuita e recebia, preferencialmente, filhos de ferroviários. A partir de uma formação com duração de três anos, graduavam-se mecânicos ajustadores, torneiros, ferreiros, marceneiros, modeladores, eletricistas, fresadores, carpinteiros, ferramenteiros, entre outros ofícios. A instituição funcionou até 1972, quando foi fechada pela RFFSA. 

“Me formei como torneiro na escola profissional ferroviária e exerci a profissão até quase me aposentar. Mas graças ao meu desempenho e ao reconhecimento dos chefes, acabei sendo promovido e me aposentei como supervisor de mecânica.” Depoimento de Antônio Ferreira de Castro, ferroviário aposentado. 

Posto de Abastecimento

O posto de abastecimento ficava localizado depois dos galpões de conserva, nas proximidades da Estação, facilitando o abastecimento das locomotivas. Após anos de funcionamento, o posto sofreu um grande incêndio.  

“Tinha um passeio grande, todos os dias tínhamos que esparramar areia para secar o passeio e depois guardá-la dentro do galpão para utilizar a areia para abastecer a locomotiva.” Depoimento de Mário Paixão, ferroviário aposentado, mecânico de conserva de vagão.  

Quartinhos MRV

Quartinhos dos solteiros, compostos por 14 cômodos para abrigar trabalhadores da RMV, homens solteiros que vinham de outras cidades, a habitação coletiva era popularmente conhecida como “quartinhos”. Foi fruto de reivindicações de trabalhadores por melhores condições de vida. Hoje é patrimônio tombado do município, abriga a Banda Santa Cecília desde 1950 e se tornou sede do Clube dos Capoteiros. 

“Quando a televisão chegou a Divinópolis, lá pelos anos 1960, Salvador, morador do quartinho, comprou a primeira do bairro Esplanada. Ele abria o quartinho dele para que os homens fossem assistir. Como era proibida a entrada de mulheres, Salvador abria as janelas e deixava que as mulheres assistissem pela janela do quarto.” Depoimento de Ary Alvarenga ao jornal Gazeta do Oeste, em 18 de agosto de 2012. 

Ferroviário Futebol Clube

Muito bem cuidado, com gramado extenso e muros altos, abrigava o saudoso Ferroviário Futebol Clube. 

Praça dos Ferroviários

A praça, que a princípio se chamava Gil de Souza Rocha, está localizada no coração do bairro Esplanada, em frente à Oficina ferroviária e aos antigos quartinhos da Rede. Abriga o prédio da extinta Estação Assis Ribeiro, que foi inaugurada em 1922 e fazia parte da Linha do Paraopeba. Hoje, além de ser um importante espaço de sociabilidade para os antigos e atuais trabalhadores da ferrovia e seus familiares, a praça é lar da Locomotiva nº 340, a segunda totalmente construída em Divinópolis. O local também fica localizado ao lado da antiga residência de engenheiros das oficinas, que, atualmente, é a casa da Academia Divinopolitana de Letras.

Escola Mista da EFOM

Em 1917, a EFOM instalou a primeira escola da região. O objetivo era atender somente o público ferroviário para formação de mão de obra qualificada, especialmente a partir da implementação das oficinas da rede. Na sua criação, estava vinculada ao departamento de mecânica e era mantida exclusivamente pela RFFSA, funcionando como um centro de formação técnica. Em 1950, devido ao seu crescimento, a escola se tornou uma “Escola Mista”, ou “Escola Reunida”, atendendo, além do ensino técnico, as quatro séries primárias. Passou a ter o nome de “Engenheiro Pedro Magalhães”. 

Galpão de Via Permanente

Local que funcionava como depósito de materiais da via permanente, como dormentes e placas de apoio. Possuía, também, uma ferraria para a manutenção e o conserto das ferramentas utilizadas nas oficinas. A partir de 1947, passou a abrigar a Escola Estadual Engenheiro Pedro Magalhães, antiga Escola Mista. 

Estação Gonçalves Ferreira

A estação era o ponto final do passeio que saía de Divinópolis, realizado em dias comemorativos, especialmente no dia das crianças e em excursões escolares. 

O trem pegava as crianças aos sábados e domingos em Divinópolis, na Estação Central, e ia até Gonçalves Ferreira. A viagem durava cerca de 1h ou 1h30min. Por ser muita gente, era necessário realizar três viagens por dia. Quando chegava lá, ficava cerca de 40 minutos, tempo que as pessoas aproveitavam o comércio da cidade, o pessoal de lá punha pipoca, refrigerante. Eu levei muito meus filhos lá, era uma festa.”

Depoimento de Mário Paixão, ferroviário aposentado. 

Igreja da Imaculada Conceição

Sua construção teve início em 1928, na Praça dos Ferroviários. Foram três anos de muito trabalho, e diversos ferroviários contribuíram de forma voluntária para a obra. A Oficina da Rede também doou o sino, os materiais de construção e viabilizou, em seus próprios estabelecimentos, a construção dos bancos da Capela. O recurso para a obra foi levantado por meio de barraquinhas e apresentações do Conjunto Teatral Oito de Dezembro, que performava na Escola da Rede. A antiga Capela foi demolida e, em sua memória, erguido um oratório. 

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