Amor em fuga
Meu nome é Milton, mas todos aqui me conhecem como Faixa. As pessoas daqui também conhecem Maria Roza, minha grande paixão! Nós vivíamos em Marilândia, mas nosso amor enfrentava uma grande barreira: Raimundo, o pai de Maria, um homem muito severo, que se opunha ao nosso namoro. Ele era um homem com boas posses e não queria ver sua filha casada com alguém que não fosse de seu interesse. Por isso, mantínhamos nosso relacionamento em segredo; a única que sabia de tudo era a irmã de Maria. Ela conhecia bem o temperamento do pai e me disse um dia: “É, meu pai não deixa casar mesmo, não! Quem sabe cê rouba ela?”.
Eu cheguei a pedir ao escrivão de Marilândia para conversar com o pai de Roza, para que permitisse nosso casamento, mas ele negou e ainda me ameaçou.
Então, tomei coragem e perguntei à Roza se ela aceitaria fugir comigo. Sem hesitar, ela disse sim! Mas, me alertou: “Milton, nós temos que dar um jeito pra nos casar no civil”. Concordei e comecei a dar entrada nos papéis no cartório de Cajuru, pois conhecíamos muita gente em Divinópolis e poderíamos ser delatados.
Mas, havia um problema: para nos casarmos no civil precisávamos da assinatura do pai dela. Então, pensei: “Eu vou conversar com o delegado, né? Ele pode nos ajudar”.
O delegado ouviu nossa história e, de pronto, disse que levaria Raimundo até Cajuru para nosso casamento.
Marcamos o dia e a hora; Roza estava esperando por mim na saída de Marilândia, segurando sua sombrinha ao sol. Chegamos a Cajuru e aguardávamos, ansiosamente e com muito receio, pelo delegado que estava trazendo Raimundo.
Ao ver Maria Rosa a bronca foi certeira! Seu pai lhe disse: “Que boniteza, hein!”, ao que Rosa respondeu: “Muito obrigada. Eu tô muito bonita mesmo!”.
Foi com toda essa coragem e determinação por nosso amor que conseguimos nos casar e construir uma linda família cheia de amor!
História cedida por Milton Afonso Ribeiro, ferroviário aposentado, Maria Roza Barreto Ribeiro, moradora de Carmo do Cajuru e Rinaldo Ribeiro Barreto, filho mais velho do casal.