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Grafismo

SÃO JOÃO DEL-REY

Cabras

No início do período de colonização no século 16, o termo “cabra” era utilizado de maneira depreciativa para descrever os indígenas. Depois, passou a descrever os descendentes resultantes da mistura entre indígenas e africanos, e logo abrangeu diferentes tipos de mestiçagens, como uniões entre indígenas e negros, mulatos e negros e negros e brancos. A partir do século 18, o termo passou a ser associado às cores de pele dos escravizados negros, sendo sua categorização influenciada pela condição social e pela subjetividade dos escribas, religiosos e outros responsáveis pela documentação oficial. À medida que os escravizados adquiriam nacionalidade, os senhores alteravam a forma de classificá-los, utilizando termos mais específicos como “pretos pardos”, “caboclos” e “cabras”. Aqueles incluídos nessa última categoria apresentavam uma tonalidade de pele geralmente mais escura do que outros, indicando sua ascendência mestiça de mulato e negro. Embora a principal característica associada a “cabra” não se relacione estritamente a uma classificação social, já que não se limitava apenas aos negros escravizados, essa designação carregava implicações sociais que impactavam a vida dessas pessoas.

Crioulo

O termo “crioulo” era utilizado para referenciar os escravizados nascidos no Brasil e, em alguns casos, os cativos provenientes de outras colônias portuguesas. Sua origem remonta ao português, derivando da palavra “crea”, a forma como se registrava “cria”, isto é, pessoas criadas na terra. O Dicionário da Língua Portuguesa, de 1813, de Antônio Moraes Silva, documentou o uso do termo “crioulo” para descrever o escravizado que nascia na residência do senhor, incluindo também o significado de animal ou cria nascida “em nosso poder”.

Johann Moritz Rugendas, c.1830.

Pardo

Na era da escravidão, o termo “escravo pardo” era utilizado para caracterizar indivíduos submetidos à escravidão cuja aparência revelava uma mescla racial, geralmente entre negros e brancos. O adjetivo “pardo” remete a uma tonalidade de pele negra mais clara, fruto da miscigenação.

MINAS

Etnias vindas da Costa da Mina, na parte ocidental do continente africano, que desembarcaram, em sua grande maioria, em Salvador. Eram considerados povos fortes, e havia uma ideia de que teriam poderes quase mágicos para encontrar ouro. Essa ideia se difundiu porque, em seus territórios de origem, já tinham tecnologias e conhecimentos de mineração.

Johann Moritz Rugendas, c.1830.

CONGO

Escravizados originários ou embarcados da região do Congo, na África Central. Antes de serem submetidos ao comércio transatlântico de escravizados nos séculos 16 ao 19, o Congo era habitado por diversas comunidades com tradições, línguas e práticas culturais distintas.

A rica cultura do Congo era caracterizada por uma variedade de elementos, incluindo arte, música, dança, sistemas de crenças espirituais e formas de governo. As sociedades congolesas eram muitas vezes organizadas em estruturas políticas complexas, com reinos e chefias que desempenhavam papéis importantes na vida cotidiana.

Johann Moritz Rugendas, c.1830.

REBOLOS

No contexto dos escravizados rebolos (ou rebolas), a origem mais específica identifica uma nação ou etnia da região do alto do rio Kwanza, no norte de Angola. Os rebolas constituíam um grupo minoritário entre aqueles trazidos para o Brasil, provavelmente embarcado no porto de Luanda, mais próximo da área de captura, em vez do porto de Benguela.

Johann Moritz Rugendas, c.1830.

BENGUELAS

Escravizados que saíram do porto de Benguela, cidade litorânea de Angola. Era um dos maiores portos de onde eram enviados escravizados de origens e etnias diversas para o Brasil.

Johann Moritz Rugendas, c.1830.

ANGOLA

Escravizados retirados da porção sudoeste da África Ocidental, do antigo Reino do Congo e do território ocupado pelos portugueses no antigo Reino do Ndongo. Era considerado um dos principais mercados de escravizados que abasteciam o Brasil.  Pessoas escravizadas de Angola eram particularmente valorizadas pelos senhores brasileiros devido às suas habilidades em trabalhos mecânicos especializados, contribuindo de maneira significativa para o desenvolvimento de diversas atividades econômicas e culturais no Brasil.

Johann Moritz Rugendas, c.1830.