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Grafismo

Este mapa é uma representação ilustrativa e não foi construído com base em georreferenciamento.

AURELIANO MOURÃO

A Estação de Aureliano Mourão foi inaugurada em 1887, servindo como ponto de encontro de linhas que iam tanto para Divinópolis quanto para Lavras. O nome da estação foi escolhido em homenagem ao Dr. Aureliano Martins de Carvalho Mourão, o primeiro presidente da EFOM.

Em 1940, o prédio original foi substituído por outro em formato triangular, para facilitar as baldeações. Os trens que vinham de São João del-Rei entravam pelo lado direito, onde seguiam para Divinópolis e os que vinham de Divinópolis seguiam para Lavras pelo lado esquerdo, os trens que vinham de Lavras seguiam para São João del-Rei pelo outro lado. O horário dos trens era calculado para que eles chegassem ao mesmo tempo, resultando em um movimento impressionante.

A linha férrea parou a operação em 1983, mas desde o final dos anos 1970, não havia mais trens para a estação. No entanto, sua estrutura se manteve, assim como a vila ao seu redor, que se tornou um ponto de encontro de pescadores, movimentando o espaço durante os finais de semana.

O Ministério Público do Estado entrou com uma ação para restaurar a Estação, mas ela permanece abandonada, apesar da sentença judicial. 

Relatos:

“O último, então o último trem. Nós tivemos que recolher o material, a última Estação do lado do sertão era Aureliano Mourão. Então a gente teve que ir lá e vir recolhendo tudo que era material de dentro da Estação, telégrafo, tudo quanto há. Fala assim, porque eles viriam depois desmanchando a linha de lá pra cá. Então esse último trem, nossa, foi uma semana de trem, aí houve um monte de coisa que aconteceu no caminho e tal… Eu quase tombei a locomotiva”.

Francisco Marques, supervisor de mecânica aposentado

“Daqui a Aureliano Mourão, os trechos todos eram movimentados, o movimento girava em torno de estação. As cidades nasciam no entorno de estação”.

Francisco Marques, supervisor de mecânica aposentado

“A primeira vez que eu vim aqui visitar, em 1979, o trem funcionava, mas eu não tinha câmera fotográfica. Na segunda vez, em 1982, até vim com a filmadora, fiquei no Hotel Brasil pra pegar o trem, filmando daqui a Aureliano Mourão. Mas estava chovendo e eu pensei: depois eu filmo. A outra vez que eu resolvi vir foi em janeiro. Eu vim em outubro, mas em janeiro já tinha acabado o trem até Aureliano, e fiz a gravação da viagem só até Tiradentes, que é a que existe até hoje. Então o pessoal não me perdoa porque eu teria a filmagem hoje, de primeira, com a estação toda daqui”.

Hugo Caramuru, aposentado e morador da cidade

IBITURUNA

A estação Ibituruna foi inaugurada em 1887, mas, com a erradicação da linha em 1984, a foi fechada. Em 2003 serviu como escola para a Prefeitura e, em 2010, foi restaurada novamente, sem uso definido.

COQUEIROS

A Estação de Coqueiros foi inaugurada em 1917 e sua construção tem uma estrutura semelhante à da Estação de César de Pina.

No ano de 2016, o edifício antigo estava funcionando como uma biblioteca.

 

NAZARENO

Em 1887, a Estação de Nazareno foi inaugurada sob o nome de Nazaré, que permaneceu até a década de 1940. Com a erradicação da linha em 1984, a estação foi fechada. Em 2003, ela foi ocupada pela Prefeitura, mas em estado de conservação bastante precário.

Relato:

“Havia um lugar lá na estação de Nazareno, antes de chegar na estação mesmo, onde toda hora o trem apitava. Quanto mais lindo ele apitava, mais a gente adorava”.

Maria Lúcia, professora aposentada e moradora da cidade

CONGO FINO (JOÃO PINHEIRO)

A Estação de Congo Fino foi inaugurada com o nome de Rio das Mortes por sua proximidade com a foz do rio. Em 1908, teve seu nome modificado para João Pinheiro em homenagem ao governador do estado de Minas Gerais na época. O nome Congo Fino veio em 1943.

A estação já foi demolida e não restam vestígios dela. 

Relato:

“Saímos daqui a Congo Fino no penúltimo trem, daqui lá são 47 km. Demoramos pra chegar lá. E chegamos tarde, fomos jogar bola, tinha um campo de futebol lá, aí eu levei vagão de cozinha e tal… e tinha uns goles também. A gente tava com uma equipe de umas 10 pessoas, uma equipe grande. Ali naquela estaçãozinha fizemos janta, pois tinha levado o cozinheiro”.

Francisco Marques, mestre de oficina aposentado

IBITUTINGA

A inauguração da Estação Ferroviária ocorreu em 1885, como parte da expansão da Rede Mineira de Viação (RMV) pela Companhia Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM). Essa ferrovia conectava Sítio (hoje conhecido como Antônio Carlos), que era o último ponto da Estrada de Ferro Dom Pedro II, a Aureliano Mourão, localizado no distrito de Bom Sucesso. Nesse ponto, a estrada se dividia em dois ramais, um seguindo em direção a Oliveira e o outro a Ribeirão Vermelho.

A tração a vapor entre Aureliano Mourão, Ibituruna, Nazareno, São João del-Rei, Tiradentes e Sítio (Antônio Carlos), em um percurso de aproximadamente 200 km, foi completamente erradicada em 1984. 

Relato:

“É no caso Ibitutinga, aí, se você for ver uma outra estação, cê vai encontrar só em Nazareno, antes tem uma estação menorzinha que, no caso, a gente chama de parada porque realmente o trem parava só pro pessoal descer e subir rapidinho”.

Gustavo Zenquini, pesquisador ferroviário e morador da cidade

SÃO JOÃO DEL-REI

A Estação de São João del-Rei foi inaugurada como a sede da linha da EFOM em 1881 e era a última estação do trecho inaugural que fazia ligação com a estação de Sítio, no entroncamento com a Estrada Ferro Dom Pedro II; seu prolongamento com direção a Antônio Carlos veio somente em 1887.

O complexo de São João del-Rei foi tombado pelo IPHAN em 1989; no tombamento foram incluídos as três estações, de São João, Chagas Dória e Tiradentes, as edificações do pátio ferroviário e o conjunto de locomotivas.

Atualmente, o trecho de 12 km entre São João del-Rei e Tiradentes é preservado e faz o passeio do trem turístico entre as duas cidades, a Estação está em bom estado de conservação e preserva boa parte de suas características originais 

Relatos:

“A estação sempre foi assim, mas tinha mais movimento, né? Aqui do lado tinha um armazém, e do outro lado, onde é o museu, era tudo armazém também. Tinha a casa do chefe de Estação, que na minha época também se chamava Moacir, Moacir Rabelo. Depois o filho dele trabalhou como chefe de Estação. Essa linha ia até lá na frente.”

Moacir Silveira, maquinista aposentado

“O próprio trem era o atrativo do dia, as mocinhas e os rapazes ainda encontravam na Estação pra namorar e ver se estava chegando alguém de fora. O atrativo era ali. No sábado, no domingo, o trem era de segunda a segunda. Principalmente trem de passageiro”.

Alexandre Campos, inspetor de tração e maquinista

CHAGAS DÓRIA

A estação Chagas Dória foi inaugurada em 1908, inicialmente com o nome de parada Matosinhos, na região rural de São João del-Rei e fazia conexão com o trecho que ia até Antônio Carlos.

Posteriormente, com o prolongamento da linha, a estação serviu como um entroncamento que ligava com a linha que ia até Aureliano Mourão, saindo pela Av. Leite de Castro, a linha do Sertão.

A Estação foi tombada em 1989 pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (IPHAN) conjuntamente com o Complexo Ferroviário de São João del-Rei e se encontra dentro do perímetro urbano da cidade no bairro de Matosinhos. 

Relato:

“Nós morávamos ali, os fundos da nossa casa davam pro pátio de Chagas Dória. Então quando meu pai vinha de Antônio Carlos ele trazia salsicha, salame, abóbora lá de Campolide, parava em Chagas Dória e nós abríamos o portão no pátio. Ia lá com um carrinho de mão e pegava essas coisas”.

Luthero Castorino, maquinista aposentado

ÁGUAS SANTAS

A Estação de Águas Santas, última parada do ramal do mesmo nome, foi construída para levar os moradores da comunidade local e de São João del-Rei para desfrutar das águas termais. Sua inauguração ocorreu em 1911 e permaneceu em operação até 1966. Após sua desativação, a Estação foi demolida e o local foi inundado por um lago artificial. Ao chegar à estação final, o maquinista aguardava o desembarque dos passageiros antes de iniciar o procedimento de virada da locomotiva por meio do girador. Atualmente, em frente ao balneário, foi estabelecido o Museu da Casa das Águas, de responsabilidade do Instituto Estadual de Florestas (IEF), para preservar a história e a geodiversidade das unidades de conservação da APA São José e Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José.

CÉSAR DE PINA

A Estação César de Pina foi inaugurada em 21 de agosto de 1923.  Inicialmente, ela foi chamada de “Chacrinha” e mais tarde, recebeu o nome César de Pina em homenagem ao engenheiro Augusto Cesar de Pinna, o primeiro diretor da EFOM. Situada em terras anteriormente pertencentes à família Passarini, que eram imigrantes italianos, a Estação César de Pina foi essencial para as pessoas que moravam em seu entorno, pois foi um importante meio de transporte de passageiros, mercadorias, minério de manganês e gado, com direção a São João del-Rei. O edifício da Estação era composto por um armazém para guardar mercadorias que vinham pelo trem, uma agência de correios e uma bilheteria. O trem operava em trilhos com uma bitola de 76 cm e teve sua desativação em 1966.

Posteriormente, surgiu o Bairro César de Pina, que ficou conhecido, até 1991, como Córrego das Pedras. Devido a seu estado de conservação precário, a Prefeitura Municipal de Tiradentes em conjunto com incentivos privados, restaurou a Estação, que foi reinaugurada em 2023. A Estação César de Pina foi tombada por lei municipal em 2007.

TIRADENTES

A Estação de Tiradentes foi inaugurada em 1881, juntamente com o ramal inaugural da EFOM, com o nome de São José del Rey, e em 1889 foi proposta uma mudança para homenagear o inconfidente Tiradentes.

Atualmente, o trecho de 12 km entre Tiradentes e São João del-Rei é preservado e faz o passeio do trem turístico entre as duas cidades, a estação se encontra em bom estado de conservação.

Se quiser saber mais, visite o Estação de Memórias Tiradentes! 

Relato:

“Fora daqui de São João del-Rei tinha as festividades da Santíssima Trindade, que a gente chama de ‘a festa de Tiradentes’. E minha casa é pertinho da estação lá, ali era cruzamento de trem o dia inteiro, era o trem que começava cinco horas da manhã, o especial que ia daqui até Barroso e até a noite…”

Alexandre Campos, inspetor de tração e maquinista

CAIXA-D’ÁGUA DA ESPERANÇA

Entre as estações de Tiradentes e de Prados, localizava-se a Caixa-d’água, inaugurada em 1913, e onde a locomotiva a vapor era abastecida. Ao lado, havia uma plataforma para embarque e desembarque de produtos e passageiros e uma pequena guarita onde trabalhavam funcionários da ferrovia. O vilarejo rural que cresceu nos arredores dessa parada ficou conhecido como Comunidade da Caixa-d’água da Boa Esperança. Atualmente ainda existe parte da plataforma no local.

PRADOS

A Estação de Prados, inaugurada em 1881, foi uma das maiores da linha “bitolinha”, além da Estação de São João del-Rei.

Nesse local, convergiam todos os movimentos de carga e de passageiros de duas cidades vizinhas: Prados, situada a uma distância de 10 km da estação, e Dores de Campos, localizada a 6 km de Prados. Dores de Campos mantinha conexão com a Estação por jardineiras e ônibus.

No entanto, em dezembro de 1984, com a supressão da linha, a Estação foi fechada. O abandono tomou conta do local em 2003, resultando em saques que levaram à remoção de todas as portas e janelas do edifício. O piso de tábuas foi arrancado e o forro de madeira do teto começou a ceder. Mais tarde, no segundo semestre do mesmo ano, o telhado desmoronou.

Em 2004, Prados continuou a deteriorar-se gradualmente. O telhado já havia desabado, mas alguns vestígios persistiam, como os portais, uma das portas do armazém e o chão de tábuas corridas. Contudo, quase todos os portais foram desmantelados, o fogão de lenha foi desfeito, e as telhas estavam sendo retiradas.

Em 2018, a estação permanecia de pé somente com suas paredes. A pequena vila ao seu redor mantinha-se intacta; entretanto, a Prefeitura de Prados, que estava distante e apática, parecia negligenciar totalmente a conservação desse patrimônio histórico.

BARROSO

A Estação de Barroso foi inaugurada em 1880 e foi considerada a estação terminal da linha até 1881, quando houve a expansão ferroviária até São João del-Rei. Foi fundamental para a região, que durante muitos anos teve um papel crucial na exportação de cimento local. A estação foi o destino inicial de significativas quantidades de cimento que seguiam pela linha férrea até a Usina de Itaipu, em Foz do Iguaçu, no Paraná, em um caminho que exigia diversas trocas de bitola.

Em 1984, o encerramento da linha ferroviária levou ao fechamento definitivo da Estação, cujo edifício foi utilizada pela Prefeitura local durante um período e atualmente é tombado como Patrimônio Histórico de Barroso. A Estação, atualmente, não se encontra em bom estado de conservação.

Relatos:

“Eu cheguei a viajar uma vez só, né? Outra memória que meio veio é de um tio materno, irmão da minha mãe, em Barroso. Então eu lembro da viagem até Barroso de trem.”

Welber Santos, historiador e morador da cidade

“Aqui a produção de calcário é muito grande, desde o século 19. O calcário é matéria-prima do cimento. Nos anos 1960 veio pra Barroso uma fábrica grande, atendida pela ferrovia. Ela passou a ser estratégica pra levar, tanto nos governos militares quanto no JK, o cimento pra construção de Brasília e outros lugares.”

Bruno Nascimento, pesquisador e morador da cidade

“O governo militar tinha interesse em construir Itaipu. E o cimento do Brasil inteiro estava sendo canalizado para lá. Então, se acaba com a maria-fumaça naquela época, a fábrica de cimento Barroso ia ter dificuldades para chegar. O cimento Barroso era a marca usada na construção de Itaipu”.

Luthero Castorino, maquinista aposentado

“Durante muito tempo morei lá, pertinho da estação de Barroso. Nós estamos falando aqui de memória ferroviária e minha memória de trem é muito grande, porque eu fui morar na estaçãozinha. Eu vim pra São João del-Rei, então me lembro de ver o trem passando. Mamãe dizia, quando eu morava em Barroso, ‘tá na hora de tomar banho’, porque o trem vai passar aqui na estaçãozinha. Então, lá em Barroso a gente via o trem passar. Marcelo, Marília, minha outra irmã, e eu ficávamos vendo o trem passar na estaçãozinha. Ela existe até hoje e era pertinho da Caieira do Seu Fidélis Guimarães”.

Maria Lucia, professora aposentada e moradora da cidade

BARBACENA

No dia 19 de novembro de 1910, com a autorização do General Hermes da Fonseca e do Ministro da Viação Dr. Francisco Sá, teve início a construção do Ramal da Estrada de Ferro Oeste de Minas em bitola de 0,76 m, conectando Ponte Nova (atualmente Campolide) a Barbacena.

Os trabalhos iniciais do ramal começaram em 5 de setembro de 1912, mas apenas em 17 de março de 1923, Barbacena se tornou um dos pontos iniciais da EFOM, com a chegada do primeiro trem à cidade, transportando os diretores da estrada de ferro, incluindo o Dr. Francisco Sá e o Dr. Fernando de Melo Viana, com outras autoridades da época. Houve também uma comemoração em 28 de junho do mesmo ano.

Em Barbacena, a EFOM inicialmente utilizava uma estação provisória que operou até 1931. Naquele ano, os trens da EFOM começaram a partir do mesmo edifício da Estação Ferroviária de Barbacena, estendendo a plataforma da estação da Central do Brasil para acomodar a bitola de 76 cm da EFOM.

Em 1966, o último trem da EFOM partiu da Estação Ferroviária de Barbacena com destino a São João del-Rei, devido à desativação da linha Barbacena-Campolide, seguindo um Plano de Erradicação de Ramais Deficitários. A justificativa era a existência de uma ligação rodoviária mais curta entre Barbacena e São João del-Rei (56 km) em comparação com a rota ferroviária (96 km).

Os trens da EFOM passaram a sair apenas de Antônio Carlos, como ocorria até 1931, e somente em 1984 foram completamente desativados.

Relato:

“Tinha esse trem do ramal de Barbacena, construído já no século 20, mais ou menos em 1910 e finalizado em 1920. Se você queria sair de São João del-Rei e ir pra Belo Horizonte era mais fácil você pegar o trem daqui pra Barbacena, em Barbacena baldear pra Central, em direção a Belo Horizonte ou Rio de Janeiro.”

Welber Santos, historiador e morador da cidade.

SEVERIANO RESENDE

A Estação de Severiano de Resende faz parte do município de Barroso e foi inaugurada em 1913, no Quilômetro 35 do trecho da Linha do Paraopeba.

A estação foi demolida, e atualmente só restam partes da construção original.

PADRE BRITO

A estação de Ilhéus foi inaugurada em 1880 e recebeu posteriormente o nome Padre Brito.

Em junho de 1983, o tráfego de trens na estação foi paralisado e 18 meses depois, a linha foi completamente erradicada. A estação estava localizada em um local deserto e isolado, próximo à represa que compartilhava o mesmo nome.

A estação foi demolida, restando somente a plataforma, sobre a qual foi construída uma casa em 2012.

Relatos:

“Na época que eu nasci, meu pai morava na estação, nas turmas de Padre Brito. Quando eu morei lá, havia só um trenzinho, ele passava pra lá manhã e voltava tarde, era só isso, não existia nada ali perto.”

Moacir Silveira, ferroviário aposentado, maquinista

“Eu cheguei a andar de trem, mesmo no trecho quando o trem ia até longe. E eu cheguei a conhecer lá e pouquinho antes de acabar, em 1982 eu fui até Padre Brito, um pouquinho antes de Antônio Carlos. Aquele dia pra mim também foi marcante, na época nem dormi na véspera.”

Alexandre Campos, inspetor de tração e maquinista

CAMPOLIDE

Em 1909, 15 anos antes da inauguração do ramal para Barbacena, o jornal O Estado de S. Paulo relatava o avanço das obras de uma fábrica chamada Fiação e Tecelagem Barbacenense nos arredores da Villa Campolide, na cidade de Barbacena. Isso sugere a possibilidade de ter havido uma parada prévia no local, relacionada a essa fábrica, antes da instalação oficial da Estação em 1923.

A Estação de Campolide, que foi inaugurada em 1923, marcou o início do ramal que ligava a linha à estação de Barbacena da E. F. Central do Brasil. Embora o local fosse originalmente chamado Ponte Nova, a estação já foi aberta com o nome atual. Campolide tornou-se um ponto de junção das duas linhas da EFOM, uma vindo de Barbacena e outra de Sítio, posteriormente conhecido como Antônio Carlos. Em junho de 1983, o tráfego de trens cessou, e 18 meses depois, a linha foi completamente erradicada.

Apesar de estar abandonada, a Estação de Campolide não está em péssimo estado. Desde 1991, ela faz parte do distrito de Campolide, no município de Antônio Carlos.

PARADA DE MOINHOS

Inaugurada em 1923, a parada de Moinhos fica na zona rural, entre a Estação de Antônio Carlos e Campolide. Atualmente está desativada.

ANTÔNIO CARLOS

A estação de Antônio Carlos, anteriormente conhecida como estação de Sítio, é o km 0 da linha inaugural da EFOM, que fazia entroncamento com a Estrada de Ferro Dom Pedro II. A estação de Sítio foi inaugurada em 1878, começando a implantação da bitola 0,76.

A região era originalmente um distrito de Barbacena, chamado Bias Fortes, e somente em 1948 foi elevado a município, passando a se denominar Antônio Carlos, em homenagem ao presidente que nasceu na região.

A Estação foi fechada em 1982, mas está conservada e apresenta o monumento do marco 0 da EFOM.

Relatos:

“A gente parava lá em Antônio Carlos, pra pernoitar, preparava a máquina pra dormir, ou seja, no outro dia ela funcionava com o mínimo de vapor.”

Luthero Castorino da Silva, maquinista aposentado.

“Trabalhei nessas máquinas daqui de Aureliano Mourão até Antônio Carlos, dava duzentos quilômetros entre as duas. E depois que eu fui pra Lavras, me aposentei em Lavras.”

Moacir Silveira, maquinista aposentado