Grafismo

Estação Ferroviária de Formiga

Localizada na região central da cidade, a estação concentrava o fluxo mais intenso de pessoas na cidade. O prédio inaugurado em 1905 era formado por um único pavimento, com cobertura em telhas francesas e uma porta de entrada central situada entre janelas amplas. Dentro da estação havia uma bilheteria bem na entrada, um café, um bar e uma vendinha. Assim, sempre que o trem parava, os passageiros podiam aproveitar para fazer um lanche ou comprar alguma lembrancinha. Na estação ficavam também o telegrafista, o guarda-chaves, o engenheiro e o agente da estação. Em 2004, a estação foi tombada e passou oficialmente a fazer parte do Patrimônio Cultural Material do município.

No entorno da estação, duas escadarias desciam direto para a Praça Ferreira Pires. Um pouco antes ficava um parapeito arredondado, que servia como mirante para as pessoas observarem a cidade. Após a escadaria, concentrava-se grande quantidade hotéis e pensões.

Ponto de carroças

Os carroceiros faziam o serviço de transporte na época. Eles transportavam até à estação todos os alimentos e produtos do município para escoamento pelo trem a outros locais e buscavam as mercadorias que chegavam de outras cidades. Tudo o que era necessário para a cidade vinha pelos trilhos: alimento, gado, minério, material de construção, mudanças, encomendas, correios e até mesmo os filmes para o cinema vinham em um vagão específico. Os carroceiros finalizavam o serviço de transporte e distribuíam o que chegava para toda a cidade. Além disso, atendiam os passageiros: levavam e buscavam quem chegava à estação.

Praça Ferreira Pires

Localizada logo abaixo das escadarias da Estação Ferroviária de Formiga, a praça Ferreira Pires, era ponto de encontro para muitos viajantes e moradores. Palco de muitas bandas da cidade, que aos finais de semana embalavam jovens casais ao redor do coreto. Era ali também que os que buscavam pretendentes faziam o famoso “footing”: o vai e vem pela praça com troca de olhares entre os moços e moças.

Casa do engenheiro

Além das estações, havia algumas casas ao redor da estação central de Formiga que pertenciam à Rede Ferroviária. Havia a Casa do Engenheiro, que abrigava o engenheiro-chefe do trecho e sua família. Também se encontrava ali uma casa para o agente de estação, aos fundos da estação ferroviária. A Casa do Engenheiro é hoje parte do patrimônio arquitetônico da ferrovia e do município de Formiga. Construída na década de 1920, era sofisticada para os padrões da época, e até os dias de hoje chama atenção por sua imponência e beleza. Em 1958, foi construída uma piscina nos fundos. A casa apresenta características estilísticas neocoloniais, e foi construída com materiais importados; telhas e algumas plantas do jardim são francesas. Considerada uma casa de alto padrão e símbolo de modernidade, a construção era uma estratégia da rede ferroviária de atrair engenheiros para o trabalho na cidade, que era afastada dos maiores centros urbanos do período.

Casa do Agente de Estação

Além das estações, havia algumas casas ao redor da estação central de Formiga que pertenciam à Rede Ferroviária. Havia a Casa do Engenheiro, que abrigava o engenheiro-chefe do trecho e sua família. Também se encontrava ali uma casa para o agente de estação, aos fundos da estação ferroviária. A Casa do Engenheiro é hoje parte do patrimônio arquitetônico da ferrovia e do município de Formiga. Construída na década de 1920, era sofisticada para os padrões da época, e até os dias de hoje chama atenção por sua imponência e beleza. Em 1958, foi construída uma piscina nos fundos. A casa apresenta características estilísticas neocoloniais, e foi construída com materiais importados; telhas e algumas plantas do jardim são francesas. Considerada uma casa de alto padrão e símbolo de modernidade, a construção era uma estratégia da rede ferroviária de atrair engenheiros para o trabalho na cidade, que era afastada dos maiores centros urbanos do período.

Oficinas

A oficina da Estrada de Ferro Goiás (EFG) foi construída em 1911. No entanto, essa oficina passou a pertencer à Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), com a encampação do trecho Formiga-Patrocínio em 1920. Como a EFOM já tinha oficinas em outras localidades, principalmente em Divinópolis, que já supria essa necessidade na região, a oficina de Formiga acabou sendo pouco utilizada pela companhia e aos poucos foi desativada.

Casa do Rádio

A estação de rádio telegráfica faz parte do conjunto de patrimônio da Estação Ferroviária de Formiga e servia para serviços de comunicação por meio do telégrafo e outros meios de comunicação. Depois de um tempo (não se sabe ao certo quando), o equipamento telegráfico passou a ficar próximo ao guichê de bilheteria, dentro da estação ferroviária. Era pelo telégrafo que eram informados os horários de trens, as ordens de serviço, as concessões de licença para circulação de trens, entre outras importantes informações. Com o avanço da tecnologia, outros meios de comunicação foram surgindo, como a comunicação por sinal de rádio. Com isso, o uso do telégrafo foi diminuindo aos poucos. Atualmente, a Casa de Rádio é utilizada como alojamento e escritório dos trabalhadores da via permanente.

Residência

A residência era o escritório que atendia às demandas administrativas da ferrovia. Junto a esse escritório, havia uma casa onde morava o chefe do escritório e, do lado direito, ficava uma marcenaria. A residência se localizava em frente à estação, próximo à casa do agente. Posteriormente, essa residência passou a atender também os trabalhadores da via permanente – as chamadas “turmas”. Em 1978, o local foi comprado pelo engenheiro Osmar Lourenço Vaz, que fundou a Prumo Engenharia, uma construtora especializada em engenharia ferroviária.

Ponte Férrea

Devido à presença de rios no município, foi preciso construir algumas pontes de ferro. A primeira foi feita em 1909, sobre o rio São Francisco, em Porto Real (distrito de Formiga). Há, também, uma ponte de ferro sobre o Rio Formiga, além de outras na região rural. A ponte sobre o Rio Formiga é hoje importante elemento da paisagem local e da história dos formiguenses.

Estação da Charqueada

A Estação da Charqueada foi uma estação próxima à ponte de ferro. De lá saía a carne de charque produzida em Formiga.

Pedreira

Havia em Formiga uma pedreira de onde se extraía granito para a fabricação da brita usada nos trilhos do trem e para construções em geral. Muitos funcionários da rede ferroviária trabalhavam exclusivamente na pedreira. Esse trabalho era extremamente pesado e perigoso: há relatos de que não eram utilizados equipamentos de segurança, o que tornava comuns os acidentes entre os trabalhadores.

Caixa d’água

As caixas-d’água ficavam próximas à Lagoa do Fundão. Essas caixas serviam para o abastecimento das máquinas à vapor, as famosas marias-fumaças.

Hospedarias

Sendo Formiga um dos pontos de maior importância da malha ferroviária em Minas Gerais, muitos viajantes e comerciantes, paravam no município para pouso antes de seguire viagem. Assim, havia muitas opções de hotéis e pensões para acomodá-los, tais como: Pensão da Dona Geni; Hotel Central; Hotel Maia; Hotel Avenida; Hotel Bandeirantes; Hotel Colonial; Hotel Vila Rica; dentre outros. A maior parte desses hotéis ficava na região central, próximo à Praça Ferreira Pires.

Bares

Sendo o entorno da estação uma área bem agitada, as proximidades contavam com bares na região, e alguns desses bares ainda estão na memória dos moradores da cidade. Um exemplo é o Bar das Américas, que ficava ao pé da escadaria da praça que dava acesso à estação. Havia ainda Toca da Onça, Bar Hollywood, Bar Galo e Bar Aquários.

Lavadeiras

Às margens dos rios Formiga e Mata-Cavalo, lavadeiras trabalhavam. Era um trabalho muito comum, já que naquela época não existiam lavadoras automáticas. Com a chegada da ferrovia, esse tipo de trabalho aumentou muito. Muitos funcionários trabalhavam em torno da malha ferroviária, e o trabalho das lavadeiras era um serviço essencial. Quando terminavam o serviço, os ferroviários iam até as casas das lavadeiras buscar suas roupas, com uma listinha das peças que tinham mandado lavar. Uma boa memória que os filhos das lavadeiras carregam é a de brincar e nadar nos rios enquanto suas mães trabalhavam, além das trouxas de roupas que elas equilibravam na cabeça.

Bordéis

Havia em Formiga muitos bordéis antes mesmo da chegada da linha férrea. Porém, com o movimento intensificado na cidade por conta da ferrovia, a exploração sexual de mulheres aumentou, principalmente por causa da presença dos viajantes. A prostituição sempre afetou desproporcionalmente mulheres pertencentes a classes socioeconômicas mais baixas, que viviam nos chamados bordéis e eram conhecidas como cortesãs.